Mesmo com mau ambiente econômico, pequenas empresas resistem, diz Afif

  • Por Jovem Pan
  • 01/12/2015 16h47

País vive crise política com efeitos na economia José Cruz/Agência Brasil Ministro Guilherme Afif Domingos

O PIB brasileiro fechou o terceiro trimestre do ano com uma queda de 1,7% em relação ao trimestre anterior. Esta é a maior retração do PIB em terceiros trimestres desde o início da série histórica em 1996, segundo os dados das Contas Nacionais, divulgados nesta terça (1º) pelo IBGE.

Em entrevista à Jovem Pan, o ex-ministro-chefe da Secretaria da Micro e Pequena Empresa (pasta extinta no corte ministerial de Dilma Rousseff) e presidente do Sebrae Nacional, Guilherme Afif Domingos afirmou que o mau ambiente econômico, com retração na atividade econômica, afeta a todos.

“A micro e pequena empresa tem sido mais resistente a esse processo, tanto que elas ainda mantém, neste ano, uma taxa de emprego positiva”, destacou ao relacionar com as médias e grandes empresas, que desempregaram quase 900 mil vagas em 2015.

No entanto, ele ressaltou que as pequenas empresas começaram a demonstrar que estão sendo afetadas. “Só no último mês, 40 mil desmepregos em micro e pequenas empresas. O processo começa a atingi-las também, mas elas são as que menos socorro têm, principalmente do crédito”, explicou.

Afif relembrou que a média do crédito tem se mantido, mas para as micro e pequenas empresas caiu de forma vertiginosa. “Os bancos, em época de crise, estão avessos a risco. Eles acham que aplicar no pequeno é risco. Isso vai criar um problema muito sério, porque o emprego está na pequena e micro empresa”.

Com isso, o presidente do Sebrae Nacional reafirmou que o maior problema está no crédito. “No curto prazo, o problema é o crédito. Se não houver crédito, nós vamos apressar muito a recessão”, disse.

Com o aumento geral das taxas de juros, há a criação de dificuldades adicionais para as empresas e até mesmo para capitais de giro. Afifi explicou que, em estatísticas, o que financia a micro e pequena empresa é o fornecedor. “Depois vem o cheque pré-datado, o cartão de crédito, o cheque especial (…) Depois vem o crédito bancário, e nele, uma taxa de juro para umcapital de giro não sai por menos de 4% a 5% ao mês, para o pequeno negócio. Isso significa que ao invés de, no período de crise, nós darmos oxigênio para respirar, nós damos uma mangueira para assoprar”, finalizou.

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