Mesmo com menos credibilidade, governo tenta desqualificar agência de risco, avalia economista
O rebaixamento da nota do Brasil pela agência de classificação de risco Standard & Poor`s não foi uma decisão surpreendente, segundo o economista Luis Eduardo Assis. Ele explicou em entrevista à Denise Campos de Toledo, no Jornal da Manhã, que a economia do país piorou desde o final de 2011, quando a agência elevou a nota do Brasil.
“Desde de 2011, o crescimento é muito baixo, há uma tendência fortíssima a um intervencionismo na economia, que gera artificialidades como o preço da gasolina”, explicou Assis. E ainda complementou: “Esta enorme engenharia financeira extremamente confusa que foi feita no setor elétrico com o objetivo de evitar o aumento em ano de eleição”.
O economista, que foi diretor do Banco Central, lembrou que as agências não despertam mais a mesma confiança por não terem previsto a crise de 2008. Porém, ele ressaltou que a credibilidade do governo brasileiro é ainda menor.
Questionado sobre a política fiscal, Assis afirmou que o Brasil não está em crise, mas as perspectivas são ainda piores. “O Brasil não tem um problema insolúvel, mas é preciso levar a sério o alerta das agências internacionais. Na questão da política fiscal, eu acredito, particularmente, que é impossível fazer o superávit de 1,9 [% do PIB] que foi prometido”, falou.
O especialista ainda pontuou que o governo brasileiro tenta desqualificar as agências internacionais, em um movimento que chamou de “tática”. Ouça a entrevista completa no áudio.
BC reage
O Banco Central divulgou nota nesta terça-feira (25) afirmando que o país seguirá “respondendo de forma clássica e robusta aos desafios que se colocam no novo quadro internacional”.
A mensagem menciona “austeridade na condução da política macroeconômica, flexibilidade cambial e utilização dos colchões de proteção acumulados ao londo do tempo”, tais como as reservas internacionais.
O BC disse ainda que o Brasil tem plena capacidade de atravessar essa nova fase com segurança; e reforçou a que o país está “bem preparado para o novo cenário internacional que se desenha”.
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