Mesmo com redução anunciada, motorista deve encontrar combustível mais caro

Antonio Cruz/Agência Brasil Petrobras

O motorista vai encontrar o combustível mais caro nas bombas, apesar da redução dos preços determinada há uma semana pela Petrobras. O valor médio da gasolina foi de R$ 3,671 o litro, R$ 0,17 acima do valor registrado na semana anterior. No diesel, a alta foi menor, de R$ 0,3, de R$ 3,002 o litro para R$ 3,005. A maior alta foi registrada no etanol que avançou de R$ 2,633 R$ 2,684 o litro, um aumento de R$ 0,51.

A pesquisa semanal foi realizada pela Agência Nacional do Petróleo, a ANP, que monitora os preços em todo o país. Em entrevista ao repórter Marcelo Mattos, o presidente do Sincopetro, José Alberto Paiva Gouveia, alegou que não houve mudança para os postos:

“Nós não conseguimos comprar um litro de produto que não seja através de uma distribuidora. Então eles não podem esquecer uma parte da cadeia, porque isso prejudica o dono do posto porque nós não tivemos a baixa dos R$ 0,5. E eu tenho isso comprovado com notas fiscais dos postos dizendo que as distribuidores não baixaram os R$ 0,5 que o governo prometeu.”

O presidente do Sincopetro, José Alberto de Paiva Gouveia, lembrou que o etanol, que entra na composição da gasolina, subiu bastante pela entressafra. O diretor técnico da Unica, Alberto de Pádua, descartou que a culpa seja do etanol e atribui o fato à longa cadeia de combustíveis:

“A safra é mais curta. A safra é de menor tamanho e a oferta de etanol, principalmente do etanol hidratado, ela está sendo reduzida. Isso já vem ocorrendo desde o início da safra, desde abril, e isso o mercado está refletindo. Então cria-se uma expectativa de que ia reduzir R$ 0,3 ou R$ 0,4 da bomba quando a dispersão desse preço da gasolina chega a R$ 0,60.”

Segundo a ANP, de 9 a 15 de outubro, as margens das revendas em 113 municípios de São Paulo variaram de R$ 0,33 a R$ 0,70. O preço da gasolina ficou entre R$ 3,10 e R$ 3,70, e o usineiro vende o etanol anidro de R$ 2 a R$ 2,10.