Metalúrgicos da Ford de São Bernardo do Campo entram em greve
Um dia após a Ford dar início a demissões na fábrica de São Bernardo do Campo (SP)
Um dia após a Ford dar início a demissões na fábrica de São Bernardo do Campo (SP)Em assembleia ocorrida na manhã desta quinta-feira (10), os trabalhadores da fábrica da Ford, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, decidiram paralisar as atividades por tempo indeterminado em protesto contra o corte de pessoal.
O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC informou que ainda está fazendo um levantamento sobre o total de demissões que incluem, segundo a entidade, empregados em sistema layoff (suspensão temporária dos contratos de trabalho) e também os que estão afastado em folga obtida por meio do banco de horas.
De acordo com o sindicato da categoria, dos 4,3 mil trabalhadores dessa unidade, 160 estão em layoff, desde 11 de maio, e 59 afastados em banco de horas.
Em nota divulgada antes da decisão de greve, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, manifestou surpresa pela atitude da montadora. “Não esperávamos demissões na Ford. Há mais de um ano vínhamos conversando com a fábrica e encontrando alternativas em conjunto para enfrentar o cenário adverso”.
Apesar de reconhecer o impacto do desaquecimento da economia sobre o setor, o líder sindical considerou precipitada a decisão da empresa de eliminar vagas. “Sempre há espaço para negociação”, defendeu ele.
Outro lado
Por meio de nota, a montadora justificou que o corte foi necessário diante da retração do mercado. “A Ford tem utilizado todas as ferramentas possíveis para adequar a produção à significativa desaceleração da demanda automotiva. Como parte desse esforço, a montadora está reduzindo sua força de trabalho na fábrica de São Bernardo do Campo”, diz o comunicado.
O balanço de desempenho do setor mais recente, divulgado na última sexta-feira (4) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), indica que, de janeiro a agosto deste ano, as vendas ao mercado interno caíram 21,4% na comparação com o mesmo período do ano passado, totalizando 1,75 milhão de unidades. Como consequência da queda na demanda, as montadoras reduziram a produção no acumulado do ano em 16,9%.
Marli Moreira – Repórter da Agência Brasil // Edição: Denise Griesinger
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