Metrô de São Paulo anuncia demissão de 60 trabalhadores por greve

  • Por Agencia EFE
  • 09/06/2014 12h17
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São Paulo, 9 jun (EFE).- O governo de São Paulo anunciou nesta segunda-feira a demissão, “por justa causa”, de 60 funcionários do metrô que mantiveram a greve iniciada há cinco dias, apesar da justiça tê-la declarado ilegal.

A paralisação ameaça deixar sem transporte milhares de torcedores que assistirão na próxima quinta-feira a partida de abertura da Copa do Mundo já que o metrô é o principal meio de transporte para chegar ao estádio Arena Corinthians.

O anúncio da demissão dos grevistas aconteceu pouco depois que a polícia dispersou com gás lacrimogêneo um grupo de manifestantes que tentava bloquear o acesso a uma das estações do metrô.

O governo de São Paulo deixou claro que endurecerá seu tratamento aos grevistas amparado pela decisão do Tribunal Regional de Trabalho que declarou a greve ilegal por considerá-la “abusiva”.

“Que são esses demitidos? Aqueles que já foram fichados com provas materiais por vandalismo, uso impróprio do Metrô, que bloquearam fisicamente os acessos, que incentivaram a população a entrar sem pagar. Em conclusão, os que cometeram as transgressões mais graves”, explicou o secretário de Transportes de São Paulo, Jurandir Fernandes, em declarações a uma rádio.

O secretário acrescentou que quem não retornar ao trabalho na tarde desta segunda-feira também passará a “comenter falta gravíssima e será penalizado com demissão por justa causa”.

O número de empregados do Metrô esperado para trabalhar na manhã desta segunda-feira era de 1.534, mas só 255 apareceram.

Fernandes afirmou que o metrô tem uma reserva técnica para repor os empregados demitidos e que tem poder para fazer contratações de emergência de empregados terceirizados.

Os trabalhadores do metrô decidiram em uma assembleia no domingo manter por tempo indefinido a greve, que começou na quinta-feira passada, apesar da decisão judicial.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ordenou o envio de reforços policiais a todas as estações do metrô para garantir a segurança dos empregados dispostos a acatar a ordem judicial e normalizar suas atividades.

Apesar da greve, duas das cinco linhas do metrô operavam hoje normalmente.

O Tribunal do Trabalho também determinou que o sindicato pague uma multa de R$ 500 mil diários caso mantenha a paralisação.

O tribunal, em uma audiência de conciliação, fixou um aumento salarial do 8,7% por parte do metrô de São Paulo, administrado pelo governo regional, contra 12,2% reivindicado pelo sindicato.

“Temos um Mundial, o maior evento esportivo do mundo. O governo do estado tem eleições no final do ano (outubro), tem que negociar. Temos que enfrentar o governo”, afirmou o presidente do Sindicato ao justificar a decisão de manter a paralisação.

Com a iminência do Mundial, que começa na quinta-feira em São Paulo com a partida entre Brasil e Croácia, vários sindicatos pressionam por suas reivindicações trabalhistas mediante greves e protestos, tanto que alguns grupos sociais realizam diferentes atos para manifestar sua oposição à organização do evento esportivo pelas altas despesas do governo no mesmo. EFE

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