Metrô de São Paulo volta a operar normalmente após cinco dias de greve

  • Por Agencia EFE
  • 10/06/2014 12h17
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São Paulo, 10 jun (EFE).- O metrô de São Paulo voltou a operar normalmente nesta terça-feira após cinco dias de greve e a expectativa é que seus empregados possam retomar o trabalho na quinta-feira, quando a cidade abrigará a partida de abertura da Copa do Mundo de 2014.

Os trabalhadores do Metrô de São Paulo, utilizado diariamente por 4,5 milhões de pessoas e que será o principal meio de transporte dos torcedores para a partida entre Brasil e Croácia, suspenderam na noite da segunda-feira a greve após a decisão do governo regional de despedir 42 grevistas.

O sindicato que os representa programou para quarta-feira uma nova assembleia na qual os trabalhadores decidirão se terminam definitivamente a greve ou se a reiniciam a partir da quinta-feira.

O metrô é o principal meio para chegar ao estádio Arena Corinthians e as autoridades calculam que será utilizado por cerca de 50 mil torcedores que têm entradas para a partida de quinta-feira.

Por enquanto, as cinco linhas de metrô com que São Paulo conta funcionavam normalmente e todas as 65 estações abriram suas portas sem atrasos nesta terça-feira.

Os grevistas exigiam um aumento salarial de 12,2% contra 8% oferecido pela companhia pública responsável pela operação do metrô.

O Tribunal Regional de Trabalho de São Paulo, no entanto, declarou ilegal a greve por ser “abusiva” após determinar, em reunião de conciliação, que os empregados aceitassem 8,7% de ajuste salarial.

Apesar do tribunal ter ordenado no domingo o retorno dos empregados a seus postos de trabalho e ter fixado uma elevada multa caso o sindicato não obedecesse sua decisão, os grevistas decidiram permanecer de braços cruzados.

Com a decisão judicial a favor da operadora, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ordenou a demissãoo “por justa causa” de 42 grevistas contra os quais aparentemente há provas de participação em atos de vandalismo ou de uso indevido dos bens do metrô.

O sindicato condicionou inicialmente a normalização do serviço à revisão do governo regional sobre a decisão, mas Alckmin rejeitou as exigências.

O governador ameaçou despedir quem não acatassem a ordem da Justiça de retornar o trabalho e, antes que o sindicato decidisse na segunda-feira a suspensão temporária da paralisação, muitos dos empregados já tinham voltado a seus postos de trabalho e 52 das 65 estações operavam normalmente.

“A categoria entendeu que era hora de voltar ao trabalho para mostrar a disposição a negociar. Espero que o governador (de São Paulo) negocie”, afirmou o presidente do Sindicato dos Operadores de Metrô, Altino Melo dos Prazeres, que precisou que a principal reivindicação agora dos empregados é uma solução para os “companheiros demitidos”.

Com a iminência do Mundial, vários sindicatos pressionam por suas reivindicações trabalhistas mediante greves e protestos, tanto que alguns grupos sociais realizam diferentes atos para manifestar sua oposição à organização do evento esportivo pelas altas despesas do governo no mesmo. EFE

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