México ampliará mandato de especialistas sobre sequestro de estudantes
Cidade do México, 6 set (EFE).- A procuradora-geral do México, Arely Gómez, informou neste domingo que o governo mexicano prorrogará o mandato dos especialistas comandados pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) para analisar as investigações sobre o desaparecimento de 43 estudantes em 2014.
O anúncio de Gómez foi feito em entrevista coletiva, horas depois de o Grupo Interdisciplinar de Especialistas Independentes (GIEI) da CIDH apresentar seu relatório de conclusões após uma investigação de seis meses.
O relatório denuncia várias irregularidades existentes no processo e nega à possibilidade de os jovens terem sido incinerados em um lixeiro, como diz a versão oficial, com base na perícia feita por um especialista em fogo.
Gómez anunciou que instruiu a realização de uma nova perícia por “um grupo de legistas do mais alto prestígio”, que terão que analisar o lixeiro de Cocula, onde supostamente foram incinerados os jovens na noite do dia 26 de setembro de 2014.
A procuradora também informou que ordenou que a averiguação prévia seja feita integralmente pela Subprocuradoria Especializada em Investigação de Crime Organizado. Com isso, haverá um acúmulo dos processos penais abertos contra os prováveis responsáveis pelo desaparecimento, que serão resolvidos pelo mesmo juiz federal.
Gómez informou que com base na investigação ministerial foram abertas ações penais contra 131 pessoas, das quais 110 foram apreendidas e respondem a processos pelos incidentes “que tanto indignam os mexicanos”.
A representante da procuradoria que esteve acompanhada por vários funcionários do órgão, insistiu que as investigações “continuarão até as últimas consequências” e garantiu que, atendendo às instruções do presidente Enrique Peña Nieto, os resultados do relatório “serão analisados e a procuradoria avaliará sua incorporação à averiguação prévia”.
O desaparecimento dos estudantes causado por policiais corruptos dos municípios de Iguala e Cocula “é um feito que indigna e lastima toda a sociedade e, certamente, o governo”, por isso a procuradoria “continua e continuará com seu trabalho até que o último responsável seja punido”. EFE
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