México confirma veracidade da odisseia do náufrago salvadorenho

  • Por Agencia EFE
  • 06/02/2014 08h42

Manila, 6 fev (EFE).- As autoridades do México corroboraram nesta quinta-feira a veracidade da história contada pelo pescador salvadorenho José Alvarenga, que afirma ter passado mais de um ano à deriva no Oceano Pacífico em uma pequena embarcação.

“Sabemos que a companhia pesqueira para a qual José Alvarenga trabalhava apresentou um informe de seu desaparecimento para as autoridades mexicanas em novembro de 2012, o que corrobora a história do náufrago”, disse à Agência Efe o embaixador do México nas Filipinas, Julio Camarena.

Alvarenga, encontrado na semana passada em um remoto atol das Ilhas Marshall, explicou que tinha zarpado do México no final de 2012 em uma expedição de pesca de tubarões mas que uma tempestade afastou do litoral sua embarcação de sete metros e o deixou à deriva no Pacífico.

O embaixador disse que a condição física de Alvarenga é a que poderia se esperar de alguém que esteve mais de um ano à deriva em alto-mar: “está magro e muito fraco”.

“O pouco que se viu nos meios de comunicação é uma fotografia na qual o náufrago aparece com uma roupa que ficou muito grande, mas nosso pessoal que se deslocou até as Ilhas Marshall confirmaram que José Alvarenga está debilitado, desnutrido, com as pernas inflamadas e as costas machucadas”, explicou.

O diplomata mexicano não pôde informar a data na qual o salvadorenho será transferido até Honolulu, nas ilhas Havaí, e depois para El Salvador.

“Até os médicos derem autorização, ele não pode ir para Honolulu, não está em condições de viajar. Não sabemos exatamente quando será, mas não parece que será amanhã”, disse o embaixador.

Camarena contou que após a alegria inicial de ter chegado à terra firme o estado de ânimo do salvadorenho sofre altos e baixos.

“No momento no qual chegou estava exuberante por ter sobrevivido, mas agora há momentos nos quais está contente e outros nos quais está mais deprimido”, comentou.

Alvarenga partiu supostamente junto a um companheiro chamado Ezequiel que, segundo a versão do sobrevivente, morreu após alguns meses em alto-mar.

O marinheiro, de quem inicialmente se disse que era mexicano, é oriundo da cidade salvadorenha de Guarita Palmeira e seu último domicílio era em Costa Azul, no estado mexicano de Chiapas, de acordo com a Secretaria de Relações Exteriores do México.

Em 30 de janeiro, o barco reapareceu em um recife perto de Ebon, um remoto atol das Ilhas Marshall, onde os moradores locais encontraram Alvarenga e tiveram problemas para se comunicar com ele, pois este só falava espanhol.

As autoridades das Ilhas Marshall enviaram um navio para Ebon para levá-lo à capital Majuro para exames médicos.

Alvarenga contou que sobreviveu tantos meses em alto-mar bebendo sangue de tartaruga quando faltava água de chuva e comendo tartarugas, aves e peixes que caçava com as mãos. EFE

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