Mianmar estende lei marcial em região conflituosa na fronteira com a China
Bangcoc, 19 ago (EFE).- O governo birmanês estendeu por mais 90 dias o estado de exceção e a lei marcial na região de Kokang, no nordeste do país, onde seguem os enfrentamentos entre o exército e a guerrilha desta minoria, informou nesta quarta-feira a imprensa estatal.
A medida está vigente desde 17 de fevereiro, uma semana depois que o Exército para a Aliança Nacional Democrática de Mianmar, como se denomina a guerrilha, tentou tomar Laukai, a capital desta remota região fronteiriça com a China.
“A região segue sem retornar à normalidade em relação com a administração, a paz e a tranquilidade e o Estado de direito”, assinalou o escritório presidencial em comunicado reproduzido pelo jornal “Global New Light of Mianmar”.
A decisão do governo prolonga a vigência desta medida até 17 de novembro, uma semana depois das eleições gerais cuja realização nessa região ainda é incerta.
Representantes do governo e dezenas de grupos armados das minorias negociam há meses um cessar-fogo de âmbito nacional estagnado pela recusa do Executivo a incluir no acordo os kokang e outros dois grupos que lhes apoiam.
Os kokang, nome que recebe a população chinesa de Mianmar, vivem em uma região estratégica da fronteira com a China pela qual devem passar um oleoduto e um gasoduto, e onde se concentra grande parte da produção de ópio do país.
Uma maior autonomia é a principal reivindicação de quase todas as minorias étnicas birmanesas, que incluem os shan, karen, rakhine, mon, chin, kayah e kachin, e que representam mais de 30% dos 53 milhões de habitantes do país.
Após quase meio século governada por militares, Mianmar começou em 2011 um processo de reformas políticas, econômicas e sociais aberturistas ditadas por um governo civil ligado ao regime anterior. EFE
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