Mianmar realizará eleições gerais no próximo dia 8 de novembro
Bangcoc, 8 jul (EFE).- Os birmaneses estão convocados às urnas para eleger parlamentos nacional e regionais no próximo dia 8 de novembro, anunciou nesta quarta-feira a comissão eleitoral, segundo a emissora “Voz Democrática de Mianmar”.
Os pleitos serão os primeiros no país desde que a última junta militar se dissolveu e passou o poder a um governo civil aliado, em 30 de março de 2011, se forem excetuadas as eleições realizadas em 2012 para preencher cadeiras vagas.
A líder opositora birmanesa e vencedora do Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi, e seu partido, a Liga Nacional pela Democracia (LND), partem como favoritos para alcançar o maior número de deputados.
O governo pró-militar concorre por meio do Partido do Desenvolvimento e a Solidariedade da União, ganhador das eleições de 2010, que foram boicotadas pela oposição.
“A forma como serão realizadas, os resultados e o panorama que se crie após as eleições determinarão o futuro de Mianmar nos próximos anos”, disse Suu Kyi no mês passado por ocasião de seu aniversário de 70 anos.
“Os eleitores terão que decidir o caminho que Mianmar deve seguir (…) Não pensem em vocês, pensem em seus vizinhos, no mundo e no ser humano”, acrescentou então.
Um total de 81 legendas políticas se registrou na comissão eleitoral para este pleito e disporão de 60 dias de campanha.
As urnas definirão 330 cadeiras da câmara baixa do parlamento nacional; 168 da câmara alta; e outras 644 dos legislativos regionais.
Além disso, 29 cadeiras regionais serão destinadas a representantes das distintas etnias.
Os militares têm reservada uma quota de 25% dos assentos parlamentares, segundo a Constituição de 2008, redigida e aprovada sob a última junta militar.
A oposição, liderada por Suu Kyi, tentou modificar a Carta Magna antes do pleito, mas o corpo militar, que controla o voto decisivo, se opôs.
A Constituição atual proíbe Suu Kyi de ocupar a chefia do Estado porque tem pelo menos um filho com nacionalidade estrangeira.
As últimas eleições livres e plurais realizadas em Mianmar aconteceram em 1990 e foram vencidas pela oposição agrupada em torno da Nobel da Paz, mas as autoridades nunca reconheceram o resultado, e anos depois o anularam.
Mianmar começou em 2011 um processo de reformas políticas, econômicas e sociais que permitiram importantes avanços no país, como o direito a sindicalizar-se ou manifestar-se, mas a iniciativa perdeu o fôlego inicial, segundo Suu Kyi. EFE
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