Michoacán muda funcionários em meio a crise de segurança

  • Por Agencia EFE
  • 18/01/2014 05h46

Morelia (México), 17 jan (EFE).- O governo de Michoacán substituiu nesta sexta-feira dois funcionários essenciais em meio a uma profunda crise de segurança, e negou sua subordinação às autoridades federais, que assumiram os trabalhos de vigilância em grande parte desse estado do sudoeste do México.

Durante uma visita ao município de Uruapan, o governador do estado, Fausto Vallejo, negou nesta sexta-feira estar cedendo suas responsabilidades para o Governo Federal.

“Não sou um boneco de pano nem um fantoche, nem uma pessoa cujos valores permitiriam entregar a soberania do estado”, declarou o governador à imprensa.

Mais tarde em Morelia, a capital de Michoacán, Vallejo anunciou a nomeação de novos responsáveis da Procuradoria Geral de Justiça e da Secretaria de Segurança Pública do estado.

Acompanhado por Alfredo Castillo, comissário especial do Governo Federal para Michoacán, Vallejo disse que nos próximos dias vai propor ao Congresso estadual que José Martín Godoy seja o novo procurador geral, em substituição a Marco Vinicio Aguilera.

À frente da Secretaria de Segurança Pública designou Carlos Hugo Castellanos, em substituição do general Alberto Reyes Vaca, que será reintegrado a seus trabalhos na Secretaria da Defesa Nacional. Castellanos será o quarto nome a ocupar essa posição nos dois anos do mandato de Vallejo.

O governador também nomeou seis subprocuradores regionais e três subsecretários de Segurança Pública no que, disse, é um primeiro passo que demonstra a vontade do governo do estado “para trabalhar de maneira coordenada com a Federação”.

Destacou a “resposta contundente do presidente” mexicano, Enrique Peña Nieto, para apoiar o estado, assolado pela violência do crime organizado e pela proliferação de milícias de civis que recorreram às armas para se defender dos cartéis de drogas.

Vallejo insistiu que existe “absoluta coordenação” com as autoridades federais para conseguir “a paz, a tranquilidade, a segurança e o desenvolvimento”.

Por sua vez, Castillo garantiu que “coordenação e cooperação não significam subordinação”, ao se remeter às críticas feitas nos últimos dias por diversos atores políticos em torno da intervenção federal na política estadual.

As nomeações em Michoacán foram anunciadas após uma longa reunião entre o governador e o comissário, realizada um dia depois que Castillo antecipou para uma emissora de rádio local que havia a necessidade de uma mudança nas duas instituições estaduais.

Ao mesmo tempo, a Polícia Federal e o Exército assumiram as tarefas de segurança pública no estado, particularmente nos municípios da conflituosa região de Tierra Caliente.

O secretário-executivo do Sistema Nacional de Segurança Pública, Monte Alejandro Rubido, informou ontem que as forças federais já tinham o controle de 20 municípios e que hoje ele se estenderia sobre toda a Tierra Caliente.

No entanto, nenhuma autoridade confirmou nesta sexta-feira que isso tivesse se concretizado.

O governo mexicano iniciou na madrugada da última terça-feira no município de Apatzingán, reduto do cartel dos Cavaleiros Templários, uma grande operação para recuperar o controle de Tierra Caliente, após um aumento da violência pela expansão dos grupos civis de autodefesa que combatem os traficantes de drogas. EFE

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