Milhares de houthis se manifestam contra ONU e Arábia Saudita em Sana

  • Por Agencia EFE
  • 16/04/2015 14h52

Sana, 16 abr (EFE).- Milhares de partidários do movimento xiita dos houthis “Ansar Allah” se manifestaram nesta quinta-feira nas ruas de Sana contra a decisão do Conselho de Segurança da ONU de embargar o envio de armas aos rebeldes e contra os bombardeios da coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita.

Os manifestantes se concentraram na praça Al Taguir, em frente à Universidade de Sana, o mesmo lugar onde os iemenitas contrários ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh, que foi obrigado a renunciar ao cargo, protestaram durante mais de um ano em 2011.

Na manifestação, os houthis levantaram seus fuzis e cantaram palavras de ordem contra o Conselho de Segurança da ONU e a Arábia Saudita como: “Vamos ganhar, não nos vamos render”, “vamos para Riad, estamos chegando”, “Conselho de Segurança é malvado, não vamos aceitar sua decisão” e “maldito Conselho de Segurança, só protege os criminosos”.

O Comitê Revolucionário Supremo houthi, que administra os assuntos de Estado desde janeiro, exigiu que a comunidade internacional “abra uma investigação urgente sobre os crimes cometidos pela Arábia Saudita e pelos EUA”, segundo um comunicado lido durante as manifestações.

Os bombardeios da coalizão árabe foram chamados de “agressão bárbara e brutal”.

“Continuaremos com a mobilização geral para rebater a agressão em todas suas formas”, advertiram.

“Queriam com seus aviões e seus mísseis que este povo se ajoelhasse, buscaram com a resolução do Conselho de Segurança vencer uma gente inquebrantável”, advertiu um dos membros do Comitê, Khalid al Madani.

Outro dos membros, Faisal Abu Ras, alertou que “a revolução (como os houthis qualificam sua luta) é do tamanho da ação militar saudita, e seus limites já não estão em Sana, Taiz e Áden”.

Os houthis, que controlam a maior parte das regiões norte e oeste do Iêmen, assim como a capital, convocaram ontem a manifestação em massa contra a Arábia Saudita, que lidera a coalizão árabe que bombardeia os rebeldes em todo o país desde 26 de março.

A coalizão árabe declarou guerra aos houthis para tentar conter seu avanço rumo a Áden, onde o presidente, Abdo Rabbo Mansour Hadi tinha estabelecido sua sede provisória após fugir de Sana, que foi tomada pelos rebeldes em setembro. EFE

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