Milhares de islamofóbicos alemães pedem o fim da “imigração em massa”

  • Por Agencia EFE
  • 21/01/2015 17h48

Berlim, 21 jan (EFE).- Cerca de 10 mil simpatizantes do movimento islamofóbico Pegida, segundo estimativas da imprensa local, marcharam nesta quarta-feira por Leipzig, no leste da Alemanha, para reivindicar o fim do que consideram “a imigração em massa”, após o cancelamento na segunda-feira de uma passeata similar na cidade vizinha de Dresden por ameaças islamitas.

A manifestação aconteceu sob um forte esquema policial, tanto pelas ameaças como para evitar confrontos com várias outras concentrações de caráter contrário convocadas para o mesmo dia.

A marcha islamofóbica foi organizada pelo grupo denominado Legida, variante local e mais radical do movimento Patriotas Europeus contra a Islamização do Ocidente (Pegida), com berço em Dresden.

As relações entre ambas formações não estão totalmente claras, já que, apesar de em princípio a cúpula do Pegida ter organizado meios de transporte para viajar de Dresden a Leipzig, pouco antes da passeata se distanciou em comunicado de seu teórico grupo irmão.

A essa confusão uniu-se a renúncia, pouco antes do início da manifestação, do líder do Pegida, Lutz Bachmann, depois da divulgação de uma foto sua fantasiado como o ditador Adolf Hitler.

“Me desculpo sinceramente” é o título do comunicado com o qual Bachmann anuncia sua renúncia na página do Pegida no Facebook, onde lamenta os comentários “desconsiderados” que realizou e a possibilidade de ter prejudicado os interesses de seu movimento.

Por sua vez, a procuradoria decidiu pela abertura de uma investigação por suspeitas de instigação à violência em diversos comentários escritos por Bachmann em sua página dessa mesma rede social, nos quais qualificava os peticionários de asilo como “gado”, “sem-vergonhas” e “ralé”.

As críticas contra a organização tinham aumentado hoje após a publicação na capa do popular jornal “Bild” de uma foto na qual Bachmann aparece com o bigode e o penteado habitual do ditador nazista.

Bachmann era o rosto mais visível do Pegida, organização que em sua última marcha, no dia 12 de janeiro, levou às ruas de Dresden cerca de 25.000 seguidores, a maior concentração atingida até agora em suas convocações semanais. EFE

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