Milhares de israelenses dão seu último adeus a Ariel Sharon

  • Por Agencia EFE
  • 12/01/2014 18h25
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Elías L. Benarroch

Jerusalém, 12 jan (EFE).- Milhares de israelenses prestaram neste domingo tributo ao ex-primeiro-ministro Ariel Sharon, cujo corpo permaneceu exposto na esplanada do Parlamento, em Jerusalém, rodeado de coroa de flores e uma guarda de honra.

“Vim expressar o muito que o admirava, é um dos melhores generais e líderes do mundo, sem ele teríamos afundado na Guerra do Yom Kippur”, disse à Agência Efe Yehuda Carmi, de 65 anos, pouco após passar diante do caixão, coberto com a bandeira azul e branca israelense e protegido por quatro agentes da Guarda Parlamentar.

Dois passos adiante, com o pórtico da Knesset as suas costas, dois rabinos militares se revezavam ao entoar as tradicionais orações funerárias judaicas, entre elas versículos do Livro de Salmos.

O corpo de Sharon, que morreu ontem aos 85 anos em um hospital de Tel Aviv, chegaram a Jerusalém no começo da manhã em um veículo do exército, um antigo jipe para o transporte de forças de infantaria que há décadas só é usado em rituais fúnebres.

No ombro de seis altos oficiais militares, segundo exige a tradição militar israelense para antigos generais, o caixão foi levado do veículo até o local onde permaneceu exposto, enquanto três grandes bandeiras ondeavam a meio mastro.

Pouco antes do meio-dia, as principais autoridades israelenses, entre elas o presidente Shimon Peres, depositaram junto ao caixão suas coroas de flores em homenagem.

Para Eleazar Stern, deputado do partido Hatnuah, dirigido pela ex-ministra de Relações Exteriores Tzipi Livni, Sharon “caracterizava-se antes de tudo, em pensar no bem de Israel, e segundo, por sua capacidade de reflexão que rompia os limites conhecidos e ninguém, nem sequer os israelenses, eram capazes de prever o que estava por fazer”.

Ex-general do exército convertido em político, como Sharon, Stern acredita que o ex-primeiro-ministro soube encontrar um balanço perfeito entre a realidade política e a ideologia.

“Não tenho certeza de que, para ele, a paz foi um ideal a se conseguir, mas sim a segurança de Israel, e para isso entendeu que havia de fazer a paz”, explicou à Efe.

Conscientes da dupla imagem de seu ex-dirigente, das duras decisões que muitos dentro e fora de Israel o acusaram, hoje todos preferiam lembrar os aspectos positivos de seu legado, que marcou a história de Israel como quase nenhum outro político nas últimas décadas.

“Toda sua vida se dedicou ao Estado de Israel, como general e como político, e sempre ficará o contraste entre uma imagem polarizada entre os dois extremos e sua grande popularidade”, opinou Ophir Barak, jornalista da emissora pública “Voz de Israel”.

Os restos de Sharon vão permanecer nesta noite no interior do Parlamento à espera do funeral de Estado, que será realizado amanhã com a presença de personalidades locais e uma dezena de dirigentes estrangeiros.

Segundo um comunicado do governo israelense, a cerimônia contará com a participação de uma delegação dos Estados Unidos liderada pelo vice-presidente Joe Biden; o enviado do Quarteto de mediadores de Madri para o Oriente Médio, Tony Blair; o primeiro-ministro tcheco, Jiri Rusnok; o presidente da Duma russa, Sergei Naryshkin, e o ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier.

Depois da cerimônia, o corpo será levado em um comboio militar para o Quartel de Latrun, onde Sharon foi ferido em 1948 e no qual o Estado-Maior lhe renderá homenagem, antes de ser transportado para a Fazenda dos Sicômoros, sua residência privada, para ser enterrado em um funeral aberto. EFE

elb/se

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