Milhares de nacionalistas judeus para lembrar Dia de Jerusalém
Jerusalém, 28 mai (EFE).- Milhares de nacionalistas judeus, em sua maioria adolescentes e jovens, marcharam nesta quarta-feira pelas principais ruas de Jerusalém, em uma demonstração de força perante a população palestina da cidade durante a comemoração do Dia de Jerusalém.
A manifestação, que tinha começado na primeira hora da tarde em diferentes pontos da cidade, acabou no Muro das Lamentações, o lugar mais sagrado para o judaísmo, após ter entrado pelo Portão de Damasco e atravessar o bairro árabe da cidade antiga no que era uma maré de bandeiras azuis e brancas.
“Jerusalém é a capital judia, eterna e indivisível”, disse à Agência Efe um jovem procedente do Uruguai que se encontra em Israel em um programa de estudos, enquanto em coro seus companheiros de grupo referendavam suas palavras.
A multidão marchou entre uma mistura de cântico religiosos e nacionalistas, sob uma forte vigilância policial que horas antes tinha se preocupado de separar da zona a população palestina e tinha pedido o fechamento dos comércios para evitar atritos.
Miki Rosenfeld, porta-voz da Polícia, explicou à Efe que o objetivo era “minimizar” o contato entre ambas as povoações.
Mesmo assim, foram registrados sucessivos choques primeiro entre a Polícia e manifestantes palestinos, e depois entre os ativistas judeus e os poucos palestinos que ficavam ainda na zona.
Israel lembrou hoje o Dia de Jerusalém, uma jornada que lembra a “unificação” da cidade após a Guerra dos Seis Dias de 1967 e a posterior anexação de Jerusalém Oriental, onde vivem cerca de 300 mil palestinos, em 1980.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, assegurou hoje em um ato no parlamento que a cidade santa de Jerusalém permanecerá indivisível como capital de Israel.
“Há 47 anos Jerusalém foi reunificada e nunca mais será dividida de novo”, assegurou.
O porta-voz do presidente palestino, Nabil Abu Rudeina, respondeu a essas declarações lembrando a Netanyahu que “a postura palestina, árabe e internacional determina que Jerusalém Oriental é capital do Estado palestino e que não haverá acordo sem ela”.
“A continuação desta política, que vai contra as resoluções internacionais, tem consequências muito graves e não ajuda a criar a oportunidade para conseguir a paz”, acrescentou o porta-voz em uma nota divulgada pela agência Wafa. EFE
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