Milhares de opositores marcham rumo ao Parlamento do Paquistão
Islamabad, 19 ago (EFE).- Milhares de simpatizantes de dois partidos de oposição começaram nesta terça-feira uma passeata em direção ao Parlamento do Paquistão para exigir a renúncia do primeiro-ministro, Nawaz Sharif, que mobilizou o Exército.
Os manifestantes começaram a marcha por volta das 21h30 locais (13h30 de Brasília) rumo à “zona vermelha” de Islamabad, uma área de acesso restrito onde ficam o Parlamento e vários ministérios e embaixadas, conforme mostraram as imagens da emissora de televisão “Geo TV”.
A imprensa paquistanesa estima que cerca de 30 mil pessoas participam da manifestação, enquanto fontes militares afirmaram que aproximadamente 700 soldados foram mobilizados na “zona vermelha” e milhares mais em outras áreas da capital, o que despertou o temor de um enfrentamento violento.
O ex-jogador de críquete Imran Khan, líder do partido Pakistan Tehreek-e-Insaf (PTI), e o clérigo Tahirul Qadri, à frente do Pakistan Awami Tehreek (PAT), garantiram que se trata de uma manifestação pacífica e em que ninguém entrará em nenhum edifício.
O protesto conta com a participação de mulheres e crianças, o que foi criticado pelo governo, que se encontra reunido em caráter de emergência para avaliar a situação.
Khan e Qadri exigem a renúncia de Sharif, a quem acusam de corrupção e de ter chegado ao poder em 2013 por meio de eleições fraudulentas.
Os manifestantes chegaram à capital na última sexta-feira em duas marchas precedentes da cidade de Lahore.
Khan, famoso ex-atleta transformado em político, deu no último domingo dois dias para que Sharif renunciasse e convocasse eleições antecipadas e o ameaçou afirmando que “não pode controlar” seus simpatizantes além dessa data limite.
Um dia depois, Khan anunciou que os 34 deputados do PTI, a terceira força política do país, abandonariam o Parlamento nacional, mas os mesmos ainda não formalizaram suas renúncias.
Os líderes do PTI e do PAT pretendem aproveitar o descontentamento da população pela crise energética, o aumento dos ataques insurgentes e a má situação da economia para forçar a renúncia do primeiro-ministro.
Sharif, da Liga Muçulmana do Paquistão-N (PML-N), que conseguiu uma maioria histórica no ano passado, anunciou na semana passada que pedirá ao Supremo Tribunal a formação de uma comissão para analisar se houve fraude nas eleições de 2013. EFE
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