Milhares de pessoas protestam em Moscou contra intervenção russa na Ucrânia
Moscou, 21 set (EFE).- Milhares de pessoas se manifestaram neste domingo no centro de Moscou contra a guerra na vizinha Ucrânia e o apoio do Kremlin aos rebeldes pró-Rússia.
“A marcha da Paz”, ação organizada pela oposição extraparlamentar mais crítica ao Kremlin, começou na praça Pushkin, onde muitos dos manifestantes se concentraram com bandeiras ucranianas e também russas.
“Putin, basta de mentir e de fazer a guerra”, foi uma das palavras de ordens entoadas durante a passeata. Os organizadores do protesto exigem que presidente russo, Vladimir Putin, deixe de apoiar os insurgentes, ordene a retirada das tropas da Ucrânia e determine o julgamento de quem obrigou soldados russos a combaterem em território estrangeiro.
A prefeitura de Moscou advertiu que em virtude da polêmica lei sobre manifestações políticas, os organizadores serão punidos administrativamente se o protesto se contradizer ao que foi inicialmente planejado.
“O partido da guerra dirige o país com Putin à frente”, criticou Boris Nemtsov, principal organizador da passeata e um dos maiores críticos do presidente.
Nemtsov argumenta que, apesar do memorando de paz assinado no sábado em Minsk entre o governo ucraniano e os rebeldes pró-Rússia, a ameaça da guerra no país vizinho ainda está muito presente.
“A trégua na Ucrânia é frágil. Por que? A Putin não convém, já que ele queria criar a Novorrosia desde Donetsk e Lugansk até Odessa, unindo-se com a Transnístria e criando um corredor até a Crimeia”, afirmou.
A oposição extraparlamentar denunciou nas últimas semanas a morte de soldados russos em território ucraniano, embora o Kremlin negue insistentemente o desdobramento de tropas regulares no país vizinho.
Recentemente, Putin tachou de “traidores” os políticos e ativistas russos que se negam a defender os interesses nacionais, em referência à defesa da população russófona do leste da Ucrânia.
Milhares de pessoas também participaram da “Marcha da Paz” em São Petersburgo e outras cidades russas, e nas cidades ucranianas de Kharkiv e Dnipropetrovsk, limítrofes com a zona do conflito. EFE
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