Milhares de pessoas protestam no Líbano pela crise do lixo

  • Por Agencia EFE
  • 22/08/2015 18h18

Beirute, 22 ago (EFE).- Milhares de pessoas se concentraram neste sábado em Beirute para protestar pela atual crise de coleta de lixo que vivem algumas zonas do Líbano, em uma manifestação na qual pelo menos sete pessoas foram levadas aos hospitais com sintomas de asfixia provocados por gás lacrimogêneo.

A Agência Nacional libanesa de Notícias (ANN) informou que os enfrentamentos entre os manifestantes e a polícia continuam.

Segundo os principais canais de televisão, as forças de segurança utilizaram esses gases, além de canhões de água e bombas de som para dispersar o protestos.

Vários policiais e manifestantes ficaram feridos pelos incidentes, que começaram uma hora depois do início da concentração nos arredores do parlamento libanês, acrescentaram as televisões.

Milhares de pessoas tinham se congregado de modo pacífico no centro de Beirute onde os acessos ao parlamento e à sede do governo estavam fechados por um cordão policial, segundo pôde constatar a Agência Efe.

Entre os manifestantes era possível ver famílias com crianças e bebês, além de grupos que tocavam música com cubos de lixo e cantavam slogans contra os dirigentes.

Outros presentes içavam fotos dos ministros e deputados envolvidos em sacos de lixo com a inscrição “alguns resíduos não são recicláveis” .

Fara Warde, que foi à manifestação com seu bebê de quatro meses, disse à Agência Efe que os libaneses estão “cansados desta situação”.

“Há milhões de problemas no país sem que os dirigentes movimentem um dedo para resolvê-los, eles têm que sair e deixar que outros tomem o poder. Que futuro terão nossos filhos?”, acrescentou Warde.

Yumana, acompanhada de sua filha de dois anos, compartilha da mesma opinião. “Todas as instituições estão paralisadas, não há segurança, nem eletricidade, nem água e a isto se acrescenta o problema do lixo”.

Por isso, a manifestante exigiu a convocação de eleições nas quais devem ser eleitos “só a jovens e gente nova” e não “os atuais dirigentes”.

No dia 19, outra manifestação similar deixou dois feridos entre os manifestantes e está prevista outra para a próxima terça-feira.

A organização Human Rights Watch (HRW) pediu hoje às autoridades libanesas que abram uma investigação sobre o “uso excessivo da força” no protesto de três dias atrás e que assegurem que a polícia não utilizará a violência contra manifestantes pacíficos.

O conflito social dos resíduos começou após o fechamento do despejo de Naame, em 17 de julho, e o fim do contrato com a sociedade Sukleen encarregada de coletar o lixo.

Isto afeta sobretudo as regiões de Beirute e Monte Líbano, no centro do país, e até agora o governo fracassou em encontrar soluções alternativas devido às divergências entre as forças políticas. EFE

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