Milhares de pessoas vão às ruas em Portugal para comemorar o Dia do Trabalho

  • Por Agencia EFE
  • 01/05/2015 15h15

Lisboa, 1 mai (EFE).- Milhares de pessoas saíram nesta sexta-feira às ruas em Portugal para comemorar o Dia do Trabalho, respaldando assim a convocação dos sindicatos, que mostraram suas diferenças entre eles, apesar de concordarem em sua defesa de melhores condições trabalhistas.

Lisboa e Porto foram as cidades onde aconteceram os maiores atos, organizados pela Confederação Geral de Trabalhadores Portugueses (CGTP, de orientação comunista) e pela União Geral de Trabalhadores (UGT, socialista), que entre ambos somam cerca de um milhão de filiados, segundo seus próprios dados.

As próximas eleições, que acontecem dentro de aproximadamente cinco meses, centraram grande parte dos discursos, as palavras de ordem e as mensagens transmitidas durante todo o dia, no qual os cravos vermelhos – símbolo da chegada da democracia em Portugal – voltaram a ser protagonistas.

“Romper com a política de direita” era um dos lemas da manifestação convocada pela CGTP, cujo líder, Armênio de Carlos, contrariou a ideia de que Portugal está hoje melhor em termos econômicos, como argumenta o Executivo.

“Não está melhor, o que acontece é que tentam apagar o rastro de seu governo”, censurou em referência ao governo português, de caráter conservador, que está no poder desde 2011.

Em um ato realizado no Porto, o secretário-geral de UGT, Carlos Silva, anunciou que o sindicato voltará a propor uma alta do salário mínimo ao longo deste ano para que entre em vigor em janeiro de 2016.

Silva lembrou que foi a UGT o único sindicato disponível a acertar com governo e empresários o último aumento do salário mínimo, atualmente estabelecido em 505 euros mensais – 20 euros mais que antes -, e criticou a CGTP por sua negativa em negociar.

“Nossa postura foi censurada por todos aqueles que preferem a agitação e o protesto constante como forma de intervenção sindical”, lamentou.

A jornada voltou a ser cercada de polêmica no setor da distribuição alimentícia, onde os sindicatos convocaram para hoje uma greve que não teve impactos visíveis na maioria dos estabelecimentos.

De fato, duas redes de supermercados voltaram a manter sua estratégia de exercícios anteriores e decidiram abrir suas lojas para fazer uma campanha de 24 horas de promoção com descontos significativos.

O Dia do Trabalhador foi marcado, além disso, pela greve convocada pelos pilotos da companhia aérea estatal TAP, que começaram uma paralisação que vai durar até o próximo dia 10 de maio, no entanto seus efeitos foram limitados. EFE

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