Milhares de pessoas voltam às ruas de Hong Kong para pedir voto direto

  • Por Agencia EFE
  • 14/06/2015 08h45
Pro-democracy protesters shout during a march to demand lawmakers reject a Beijing-vetted electoral reform package for the city's first direct chief executive election in Hong Kong, China June 14, 2015. Thousands of people took to the streets of Hong Kong on Sunday to protest against electoral reforms approved by Beijing to choose the city's next leader, the beginning of several days of demonstrations before the reforms go to a vote. REUTERS/Tyrone Siu REUTERS/Tyrone Siu Milhares tomas as ruas de Hong Kong em protesto contra reformas eleitorais aprovadas por Pequim

Milhares de pessoas protestaram neste domingo nas ruas de Hong Kong para pedir a “autêntica democracia” e mostraram sua oposição à reforma eleitoral que será submetida a votação esta semana no parlamento, na primeira grande manifestação após a “revolução dos guarda-chuvas” do ano passado.

Com o lema “Cidadãos contra a campanha do pseudo voto universal”, impresso em cartazes gigantes e panfletos, centenas de pessoas iniciaram a passeata no parque Victoria de Hong Kong às 15h (4h em Brasília) em direção aos escritórios do governo e do parlamento no distrito de Admiralty.

Sindicatos, famílias, grupos religiosos, militantes políticos e ativistas foram se incorporando ao longo do percurso com palavras de ordem como “Não queremos eleições falsas. Queremos voto universal, queremos indicação popular”.

A manifestação de hoje é a primeira de uma série de protestos previstos para esta semana para pedir aos parlamentares que votem contra a proposta eleitoral apresentada pelo governo chinês para as próximas eleições em Hong Kong.

Ativistas democráticos devem acampar nas imediações do edifício do Conselho Legislativo a partir de hoje até que a votação aconteça, entre quinta e sexta-feira.

“Se aceitarmos a reforma eleitoral sabemos que não haverá mais oportunidades para conseguir o autêntico sufrágio universal que estamos reivindicando”, disse à Agência Efe Peter Wang, um ativista cristão que faz parte da Comissão da Diocese Católica de Justiça e Paz de Hong Kong.

A proposta eleitoral que será debatida exige que os candidatos para as eleições de 2017 sejam escolhidos por um comitê de indicações composto por 1.200 membros ligados a Pequim antes que, pela primeira vez na História de Hong Kong, passem a ser escolhidos pela população.

Isso significa que os candidatos às eleições terão sido previamente selecionados pelo regime chinês, o que os hongkoneses não consideram que seria uma eleição livre.

Esta é a primeira grande mobilização depois da chamada “revolução dos guarda-chuvas” que, durante 79 dias do ano passado, pôs contra as cordas o regime chinês.

Centenas de milhares de pessoas tomaram grandes avenidas da cidade para pedir mais liberdades para a região entre setembro e dezembro, quando as divisões internas e as ordens judiciais para despejar pontos-chave da cidade puseram fim às históricas manifestações.

Os protestos não conseguiram nenhuma concessão sobre o método de votação, mas dividiram a opinião pública da cidade e provocaram uma clara cisão no parlamento de Hong Kong.

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