Milhares de universitários paraguaios marcham contra aumento da passagem
Assunção, 21 jan (EFE).- Milhares de universitários marcharam nesta terça-feira em Assunção para protestar contra o aumento dos preços do transporte público e para pedir um serviço de qualidade, a última de uma série de manifestações após a alta de 20% no valor da passagem.
Os jovens de entidades educativas privadas e da pública Universidade Nacional de Assunção (UNA) percorreram dois quilômetros da capital, parando em frente ao Ministério de Obras Públicas e terminando diante do Panteão Nacional dos Heróis.
Os estudantes caminharam em um ambiente festivo, com tambores e assobios e lançando foguetes, alguns com garrafas térmicas de tereré, o chá frio que se consome tradicionalmente no Paraguai, e acompanhados de perto por agentes policiais.
A manifestação pedia que a tarifa de ônibus urbano retorne a 2 mil guaranis (cerca de R$ 1), em vez dos 2.400 guaranis fixados no último dia 1º de janeiro,
“Se existisse bom serviço, eu pagaria, mas os coletivos são resíduos que em outros países já não se usam. É uma vergonha”, disse à Agência Efe Martín Daguerre, um estudante de Turismo de 21 anos.
“A culpa também é nossa porque não nos queixamos. Espero que isto seja um despertar”, acrescentou.
Do mesmo modo, Juan Ortiz, outro estudante de Turismo de 19 anos, pediu “um preço que se adeque ao serviço, porque agora é péssimo”.
A manifestação foi impulsionada pela Assembleia Universitária Permanente, um grupo formado por estudantes de mais de 20 faculdades.
Trata-se do quarto protesto que percorreu as ruas de Assunção desde o aumento do preço do transporte urbano.
No primeiro deles, em 3 de janeiro, a polícia deteve 14 pessoas acusadas de perturbação da paz pública e resistência à autoridade.
Já na sexta-feira passada um grupo de manifestantes protestou perante a residência pessoal do presidente do Paraguai, Horacio Cartes, jogando rolos de papel higiênico contra a porta e as cercas.
Johana Orue, estudante de Química de 19 anos, acusou o presidente de querer “privatizar tudo” e disse que Cartes “não pensa no povo, mas nos empresários”, em referência às companhias privadas que proporcionam o serviço de transporte. EFE
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