Milhões de filipinos recebem Nazareno Negro em procissão por Manila

  • Por Agencia EFE
  • 09/01/2014 11h45

Helen Cook.

Manila, 9 jan (EFE).- Milhões de pessoas acompanharam nesta quinta-feira o Nazareno Negro de Quiapo pelas ruas de Manila, em uma procissão considerada um dos principais eventos religiosos do ano nas Filipinas, um país marcado por sua profunda devoção cristã.

O ato religioso, que segundo as autoridades foi acompanhado por entre 10 e 12 milhões de pessoas, começou pela manhã com uma missa realizada pelo arcebispo de Manila, Luis Antonio Tagle, na esplanada de Grandstand Quirino.

Na homilia, o religioso criticou a corrupção presente na administração filipina, além de pedir aos crentes que não esquecessem e rezassem pelas vítimas dos desastres naturais que atingem o país.

“Como é possível que estejamos esquecendo de nossos irmãos do terremoto de Bohol? E até quando nos lembraremos das vítimas do (tufão) Haiyan?”, disse Tagle.

O fervor dos presentes alcançou um de seus pontos altos quando um grupo de fiéis “sequestrou” a estátua de madeira do Nazareno Negro para que o restante dos devotos pudesse tocá-la, segundo o jornal local “Rappler”.

A estátua de madeira sofreu danos devido ao fervor dos crentes durante a procissão, que atravessa algumas das zonas mais antigas de Manila.

Neste ano, pelo menos mil pessoas tiveram que ser atendidas por equipes médicas e voluntários, das quais oito tiveram que ser transferidas para hospitais por fraturas, dores no peito e convulsões, segundo o “Rappler”.

Para tentar controlar a massa humana e permitir que a procissão seguisse o trajeto marcado, foram enviados dois mil agentes de trânsito para o trajeto, de acordo com o jornal “InterAksyon”.

Além disso, a Cruz Vermelha das Filipinas montou 15 postos de primeiros socorros para atender casos de desmaios, cortes naqueles que escolhem andar descalços ou feridas causadas por tumultos, como ocorreu em atos anteriores.

O Nazareno Negro chegou a Manila em 31 de maio de 1606 em um galeão procedente de Acapulco, no México, que segundo a lenda pegou fogo perto do litoral filipino.

Uma crença popular sustenta que o calor das chamas deu ao Cristo sua característica cor negra, embora outra versão atribui esta característica ao artesão mexicano autor da obra, que a teria confeccionada com a tonalidade de sua própria pele.

Seus devotos atribuem à estátua incontáveis milagres e destacam como prova de seu poder o fato de ter sobrevivido a vários desastres naturais e guerras, como os terremotos de 1645 e 1863, os incêndios que destruíram em duas ocasiões seu lar na igreja de Quiapo, em 1791 e 1929, e o bombardeio de Manila durante a Segunda Guerra Mundial, em 1945. EFE

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