Milícia somali Al Shabab reivindica autoria de segundo ataque no Quênia
Mogadíscio, 17 jun (EFE).- A milícia radical islâmica somali Al Shabab reivindicou nesta terça-feira o ataque cometido ontem à noite no Quênia, na cidade de Poromoko, que deixou pelo menos dez mortos, segundo as autoridades locais.
O ato terrorista ocorreu perto da pequena cidade de Mpeketoni, onde os fundamentalistas somalis assassinaram no domingo passado pelo menos 48 pessoas.
Em mensagem divulgada na Rádio Andalus, emissora dos radicais, a Al Shabab confirmou que “mujahedins (lutadores) cometeram o segundo ataque na noite passada”, e assegurou ter matado em Poromoko “vinte pessoas, incluídos policiais quenianos”.
O número contrasta com o fornecido pelas autoridades do Quênia, que, por enquanto, falam de pelo menos dez vítimas fatais.
“Os quenianos não poderão dormir em paz enquanto suas tropas seguirem na Somália”, advertiu a Al Shabab em sua declaração.
O atentado de ontem à noite aconteceu quando um grupo de pistoleiros invadiu a cidade, disparou em seus moradores e ateou fogo em várias casas, disse o delegado do condado de Lamu, Stephen Ikua, citado pela rádio queniana Capital FM.
O ataque ocorreu um dia depois da cidade vizinha de Mpeketoni ser alvo de um atentado que deixou pelo menos 48 mortos e que foi atribuído a Al Shabab.
Os radicais somalis justificaram o ato terrorista como uma vingança pelo assassinato de vários clérigos muçulmanos na cidade litorânea de Mombaça durante os últimos dois anos.
O massacre em Mpeketoni é o pior atentado que o país africano sofre desde setembro do ano passado, quando pelo menos 67 pessoas morreram na ação perpetrada por milicianos de Al Shabab contra o centro comercial Westgate, em Nairóbi.
Quênia -especialmente Nairóbi e a cidade litorânea de Mombaça-, vem sendo objeto de vários ataques desde que, em outubro de 2011, o exército do país entrou na Somália devido a uma onda de sequestros em solo queniano, que foi atribuída à milícia islamita somali.
A Al Shabab, que em 2012 anunciou sua adesão formal à rede terrorista Al Qaeda, controla amplas zonas do centro e do sul da Somália, onde o frágil governo não tem condições de impor sua autoridade.
A Somália vive em um estado de guerra e caos desde 1991, quando o ditador Mohammed Siad Barre foi deposto, o que deixou ao país sem um governo medianamente efetivo e em mãos de milícias radicais islâmicas, senhores da guerra e grupos de delinquentes armados. EFE
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