Milicianos houthis dispersam e prendem manifestantes no Iêmen

Sana, 29 jan (EFE).- Membros do movimento xiita dos houthis dispersaram nesta quinta-feira em Sana, capital do Iêmen, duas manifestações contra o grupo e efetuaram várias prisões, diante de uma universidade e em frente à casa de um ministro.

Segundo testemunhas disseram à Agência Efe, os milicianos houthis dispararam ao ar quando os estudantes saíram da Universidade de Sana entoando palavras de ordem contra o movimento, que provocou a semana passada a renúncia das principais autoridades do país.

No mesmo local foram detidos três manifestantes e um câmera da emissora catariana “Al Jazeera”, Abdelaziz al Sabri, informaram organizações de direitos humanos.

Várias pessoas ficaram feridas, uma delas por uma facada na barriga.

Os houthis dispersaram da mesma maneira uma manifestação em frente à casa do ministro da Administração Local Abdelraqib Seif, no bairro de Suan, no leste de Sana.

A repressão às manifestações, comum nos últimos dias, levou três partidos políticos importantes a suspender sua participação no diálogo aberto para encontrar uma saída para a crise.

O primeiro-ministro iemenita que renunciou, Khaled Bahah, afirmou hoje que a saída do governo é “definitiva e irreversível”, e que este não é responsável por administrar os assuntos diários do país.

Quando apresentou sua renúncia em 22 de janeiro, Bahah explicou que se considerava incapaz de reconduzir “o labirinto político” no qual o Iêmen se afogou e “onde não rege nenhuma lei nem regulamento”.

O parlamento iemenita terá uma reunião para decidir sobre a renúncia do presidente, Abdo Rabbo Mansour Hadi, que anunciou que deixaria o cargo no mesmo dia que Bahah, pois há grupos que pedem sua permanência no poder.

Os combatentes xiitas tomaram o controle nos últimos meses de sete províncias do Iêmen, incluída a capital, onde a tensão aumentou nesta semana com o ataque às sedes presidenciais. EFE