Milicianos seguidores de radical xiita fazem demonstração de força em Bagdá

  • Por Agencia EFE
  • 21/06/2014 09h31
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Bagdá, 21 jun (EFE).- Milhares de milicianos iraquianos seguidores do clérigo radical xiita Moqtada al-Sadr desfilaram neste sábado em Bagdá em resposta a uma chamada à formar “brigadas de paz” e proteger os lugares sagrados da comunidade no Iraque.

Segundo explicaram à Agência Efe responsáveis pelo desfile, os participantes querem enviar várias mensagens ao mundo, como as palavras de ordem que falaram contra o retorno da ocupação estrangeira ao país e uma intervenção internacional nos assuntos do Iraque.

Também rejeitaram a ingerência dos países da região, em referência à Arábia Saudita, que culpou recentemente o primeiro- ministro, Nouri al-Maliki, de causar o conflito com suas políticas sectárias. Os milicianos desfilaram com armas e falaram palavras de ordem a favor de al-Sadr, assegurando estar a serviço dele para cumprir suas ordens.

A marcha aconteceu sob fortes medidas de segurança no bairro de Cidade de Sadr, no leste de Bagdá. Participaram xeques tribais, clérigos e deputados do chamado Bloco dos Livres, leal à Corrente al-Sadr do clérigo xiita. Essa aliança foi a segunda força mais votada nas eleições legislativas de abril, ao conseguir 28 cadeiras.

Al-Sadr fez uma chamada na semana passada a seus partidários a desfilar vestidos com uniformes militares, e pediu para que defendam os santuários xiitas e sunitas, assim como os cristãos, através das “brigadas da paz”.

O clérigo é um dos principais críticos de al-Maliki, ao que chegou a acusar de “estabelecer uma ditadura”. No entanto, na semana passada ambos se juntaram para formar brigadas para defender os santuários.

O braço militar da Corrente al-Sadr, o Exército Mehdi, foi uma das milícias mais ativas na insurgência contra as tropas dos Estados Unidos após a invasão do país em 2003. Suas atividades armadas foram suspensas em 2011 por al-Sadr, após ter sido acusado de assassinatos sectários.

O Iraque vive uma deterioração de sua segurança pelos enfrentamentos do exército contra a insurgência sunita, liderada pelo Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), no norte do país. O EIIL tomou o controle de Mossul, a segunda maior cidade do Iraque, e ameaçou continuar rumo a Bagdá e aos santuários xiitas de Karbala e An-Najaf. EFE

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