Militares censuram meios de comunicação na Tailândia
Bangcoc, 20 mai (EFE).- O Exército, que declarou a lei marcial durante a madrugada na Tailândia, pediu nesta terça-feira que todas as rádios e televisões do país alterem sua programação habitual para se conectar com os meios de comunicação militares “quando for solicitado”.
“Todas as emissoras de rádio e canais de televisão, tanto por satélite como a cabo, do governo ou privadas” serão afetadas pela decisão.
Os militares garantem que esta medida serve para assegurar que todas as informações que cheguem ao público sejam verdadeiras, segundo o site do jornal “Bangkok Post”.
O canal “Blue Sky”, que apoia as manifestações antigovernamentais, substituiu as imagens dos protestos que costuma exibir diariamente por uma mensagem que informa sobre o fim da transmissão.
Os funcionários da companhia Thaicom Plc, proprietária do único satélite do país e responsável por operar a maioria dos canais de comunicação, foram solicitados a não comparecer ao trabalho, informou o “Bangkok Post”.
Em seu lugar, cerca de 100 efetivos militares ocupam as instalações da operadora, garantiu a fonte.
Várias fotografias divulgadas nas redes sociais mostram a presença dos militares em outras emissoras locais, como a “PBS” e o “Canal 3”.
O chefe do Exército tailandês, Prayuth Chan-Ocha, declarou hoje a lei marcial para garantir “a paz e a ordem” nos protestos populares nos quais morreram 28 pessoas desde o final do ano passado.
Em um anúncio televisionado durante a madrugada, Prayuth disse que não se trata de um “golpe de Estado” e que o objetivo é evitar a violência entre os grupos de manifestantes rivais.
O chefe do Exército que assumirá a partir de agora mais poderes para controlar a segurança, ordenou a dissolução do Centro para a Administração da Paz e da Ordem, exceto os membros do Exército, da Marinha e da Força Aérea.
A Tailândia vive uma grave crise desde o golpe de Estado que derrubou o governo de Thaksin Shinawatra em 2006 com frequentes manifestações populares contra o Executivo da vez. EFE
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