Militares condenados no Chile por morte de químico são levados para prisão

  • Por Agencia EFE
  • 14/08/2015 12h19

Santiago do Chile, 14 ago (EFE).- Dos 14 militares condenados no Chile pelo sequestro e morte do químico e agente Eugenio Berríos, entre eles três oficiais uruguaios, 12 foram levados nesta sexta-feira para a prisão de “Ponta Peuco” para cumprir suas sentenças.

Os trâmites de entrada foram acelerados após o suicídio do general reformado Hernán Ramírez Rurange, ontem. Ele era um dos 14 condenados pelo crime.

Ramírez, de 76 anos, ex-chefe da direção de Inteligência do exercito (DINE), tinha sido condenado a dez anos e um dia de prisão pelo sequestro de Eugenio Berríos e a uma pena igual por formação de quadrilha.

Berríos, químico de profissão e fabricante do gás sarin que a polícia secreta de Augusto Pinochet usou para cometer vários assassinatos, foi levado ao Uruguai em novembro de 1991 para evitar que depusesse no julgamento pelo assassinato do ex-chanceler Orlando Letelier e seu assistente Ronnie Moffit, cometido em Washington em 1976.

O químico se instalou em Montevidéu com um nome falso e foi visto pela última vez em 1992, quando se apresentou em uma delegacia para denunciar que era vigiado. Foi entregue para militares uruguaios e em abril de 1995 seu corpo foi descoberto enterrado em uma praia com marcas de bala na cabeça.

Em seu testemunho, o general Ramírez admitiu que organizou a viagem de Berríos ao Uruguai após receber uma ordem direta de Augusto Pinochet.

Alejandro Ramírez, filho do militar, disse à imprensa local que seu pai deixou uma carta à família em que dizia não estar disposto a ir à prisão.

Fontes de Gendarmaria (Serviço de Prisões), disseram que pouco depois da meia-noite já estavam em “Ponta Peuco”, uma prisão especial para violadores dos direitos humanos, 35 quilômetros ao norte de Santiago, os condenados Pablo Rodríguez Márquez, Raúl Lillo, Nelson Román e os uruguaios, Tomás Casella e Wellington Sarli. Assim como o ex-major Arturo Silva Valdés, autor material do assassinato de Berríos, condenado a 20 anos de prisão e o general Eugenio Cobarrubias, sentenciado a quinze anos.

Outro dos condenados, o ex-auditor geral do exercito Fernando Torres Silva, se entregou durante a madrugada na Brigada de Direitos Humanos da Polícia de Investigações (PDI).

A lista de condenados é completada com Jaime Torres Gacitúa, Manuel Provis Carrasco, Marcelo Sandoval Durán e Manuel Pérez Santillán.

Na decisão, pronunciado na terça-feira pela Suprema Corte do Chile, foram absolvidos Enrique Ibarra Chamorro, Mario Cisternas Orellana, Nelson Hernández Franco, Emilio Rojas Gómez e Érika Silva Morales.

A defesa dos militares uruguaios anunciou que tentará permitir fazer-los cumprir suas penas no Uruguai. EFE

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