Militares tomam o poder em Burkina Fasso, a noroeste da África

  • Por Agencia EFE
  • 17/09/2015 07h00
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EFE/Herve Taoko Presidente de Burkina faso Michel Kafando (d) e primeiro-ministro Isaac Zida durante investidura de poder em novembro de 2014

Militares do exército de Burkina Fasso garantiram nesta quinta-feira (17) que tomaram o controle do país e que o presidente, Michel Kafando, que desde ontem permanece sob custódia da guarda presidencial, renunciou.

Um militar leu uma declaração na televisão estatal, a “RTB”, em nome do denominado Conselho Nacional da Democracia (CND) e acrescentou que o governo de transição foi dissolvido.

“As forças patrióticas e democráticas, compostas por todos os setores do país e reunidas no seio do CND, decidiram terminar com o regime de transição”, afirmou o militar.

Ontem, durante o Conselho de Ministros, Kafando e o primeiro-ministro, Isaac Zida, foram tomados “como reféns” pela guarda presidencial e, posteriormente, foram levados para um acampamento militar na capital, Ouagadogou.

Em sua declaração, o militar também condenou a gestão realizada pelo governo de transição e as medidas adotadas, entre elas a lei eleitoral, que rejeita as candidaturas de pessoas ligadas ao ex-presidente Blaise Compaoré, que renunciou e fugiu após grandes protestos no final do ano passado.

“A lei eleitoral, feita sob medida para certos indivíduos e denunciada pelas autoridades e organizações de direitos humanos, se camufla como uma ferramenta para negar a nosso povo os valores baseados no espírito da justiça, da igualdade e da tolerância”, disse o militar.

“Esta lei cria uma divisão e uma grave frustração no povo, pois define duas classes de cidadãos”, acrescentou.

Burkina Fasso estava se preparando para realizar eleições em outubro para pôr fim à transição civil iniciada há um ano, após os protestos que encerraram três décadas de ditadura de Blaise Compaoré, após o assassinato do ex-presidente Thomas Sankara.

Foto do texto: Wikimedia Commons

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