Ministra garante políticas sociais apesar de esfriamento econômico

  • Por Agencia EFE
  • 23/06/2014 16h40

Rio de Janeiro, 23 jun (EFE).- O governo federal manterá seus principais programas sociais, como o Bolsa Família, apesar da deterioração de alguns dos principais indicadores econômicos do país no primeiro semestre de 2014, anunciou nesta segunda-feira a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello.

“A economia e o social andam juntos, é algo que aprendemos durante a crise”, disse a ministra em entrevista coletiva no Rio de Janeiro para jornalistas estrangeiros que cobrem a Copa no Brasil.

A ministra assegurou que o aumento do orçamento para os programas sociais nos próximos anos estará garantido independentemente do crescimento da economia do país.

Os analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central reduziram sua projeção para o crescimento econômico brasileiro em 2014 de 1,63% há quatro semanas até 1,16% em uma pesquisa divulgada hoje, e a da expansão em 2015 de 1,96% até 1,60%.

Durante a reunião, a ministra anunciou que a extrema pobreza foi reduzida em 16% no ano passado frente a 2012, enquanto a pobreza em geral diminuiu 21% no mesmo período, segundo dados do próprio Ministério.

“Hoje a fome no Brasil não é um fenômeno estendido, mas isolado”, declarou a titular da pasta em alusão aos resultados do programa Bolsa Família.

Segundo a ministra, os desafios atuais do Brasil no plano social se concentram na promoção de uma alimentação saudável e sustentável, assim como no fomento da agricultura familiar e na inclusão profissional dos mais pobres.

A ministra desmentiu que as mulheres pobres do Brasil estejam tendo mais filhos para perceber a alocação econômica do Bolsa Família. Segundo Tereza, “a taxa de fecundidade do Brasil caiu em todos os setores, sobretudo entre os beneficiados do Bolsa Família”.

A ministra também expressou que “os pobres trabalham e continuam trabalhando” e mostrou seu desacordo com a ideia de que as políticas assistencialistas do governo brasileiro estão desalentando a busca de emprego entre os mais pobres.

“A metade do povo (beneficiada por) do Bolsa Família não trabalha: são crianças, e o Bolsa Família ajudou muito a não trabalharem”, declarou Tereza.

Em alusão ao impacto social da Copa do Mundo, Campello destacou que o evento “permitiu antecipar alguns projetos, como a construção de aeroportos, e gerou milhares de trabalhos”.

Na manhã de hoje, os analistas do Banco Central rebaixaram pela quarta semana consecutiva a previsão de crescimento anual até situá-la em 1,16%. Tereza desmentiu que a deterioração desse e de outros indicadores econômicos vá prejudicar o compromisso do governo brasileiro com os programas de desenvolvimento social. EFE

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