Ministra israelense defende tentativa de assassinato de líder do Hamas
Jerusalém, 20 ago (EFE).- A ministra de Justiça de Israel, Tzipi Livni, criticou nesta quarta-feira as negociações com o movimento islamita Hamas e defendeu a tentativa de assassinato ontem à noite do líder militar da organização, Mohamad al Deif, em um bombardeio que deixou sua mulher e filha mortas.
“Não se deve negociar com o Hamas. Não acho que se possa conseguir um acordo e não se chegaria a um acordo com eles senão com responsáveis internacionais”, afirmou Livni, que no passado liderou as fracassadas conversas de paz com a Autoridade Nacional Palestina (ANP).
A ministra, considerada da ala de centro-direita do atual Executivo israelense, também defendeu a operação militar contra Al Deif, líder das Brigadas Azedim qassam, no qual além de sua mulher e sua filha mais uma pessoa morreu e 45 ficaram feridas, algumas em estado grave.
“Tentar matar uma pessoa que está envolvida em terrorismo não é só legitimo mas desejável aos meus olhos. Durante todo este tempo, apoiei a morte dos lideres terroristas”, afirmou Livni segundo a imprensa local.
Fontes palestinas afirmaram que no ataque, que aconteceu no bairro de Sheikh Raduan, em Gaza, foram usados projéteis de alta potência.
“A mulher e a filha do grande líder são agora mártires”, confirmou por meio das redes sociais o líder do Hamas, Moussa Abu Marzuk.
O movimento islamita pediu para população que transforme o funeral dos familiares de Al Deif em uma expressão de grande dor e solidariedade.
Al Deif, que sobreviveu a pelo menos cinco tentativas israelenses de assassinato, chegou à chefia do braço militar do Hamas em 2002, após a execução de seu antecessor, Salah Shehade.
Palestinos e israelenses se acusaram mutuamente ontem de ter quebrado o cessar-fogo após de forma quase simultânea vários foguetes serem lançados de Gaza e a aviação israelense atacar alvos no território.
Os bombardeios israelenses se intensificaram ao longo da noite, e pelo menos outras seis pessoas morreram, informaram fontes na Faixa de Gaza.
Mais de dois mil palestinos, 75% deles civis, morreram em bombardeios israelenses em Gaza nas seis semanas que já dura a atual ofensiva militar.
Os combates também mataram 64 soldados israelenses, além de um civil israelense, um beduíno e um trabalhador asiático atingidos por algum dos mais de três mil foguetes lançados de Gaza pelas milícias. EFE
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