Ministro alemão aponta possível conflito religioso entre Israel e Palestina
Ramala (Cisjordânia), 15 nov (EFE).- O ministro alemão de Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, advertiu neste sábado sobre o perigo se o atual conflito político entre israelenses e palestinos derivar em um confronto religioso.
Em reunião em Ramala com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, o chefe da diplomacia alemã pediu, além disso, que ambas as partes não agitem o conflito em torno de Jerusalém e da Esplanada das Mesquitas, o terceiro lugar mais sagrado do Islã e onde o Judaísmo situa os templos de Salomón e Herodes, destruídos pelos assírios e os romanos, respectivamente.
“O que não deve ocorrer é que um conflito político se transforme em um conflito religioso”, afirmou Steinmeier, que hoje visitou Jerusalém e amanhã, domingo, deve se reunir com as autoridades israelenses.
“Esperemos que a visita do ministro alemão sirva para conseguir que os israelenses moderem suas políticas”, disse por sua vez o ministro das Relações Exteriores palestino, Riad al-Maliki, citado pela imprensa local.
Steinmeier chegou hoje a Ramala, capital administrativa palestina, ao início de uma visita cujo objetivo declarado é ampliar as relações com os palestinos e estudar a situação, uma semana depois da visita feita pela chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, que elegeu Jerusalém como a primeira cidade a visitar uma vez que tomou posse de seu cargo.
Mogherini incomodou as autoridades israelenses ao expressar seu desejo de que seja reconhecido o Estado palestino com capital em Jerusalém Oriental.
A declaração teve um alto significado político, já que aconteceu em um momento no qual o governo israelense insiste em sua anexação da zona Leste -não reconhecida pela comunidade internacional- e em meio a uma crescente tensão na cidade santa, palco quase diariamente de enfrentamentos e protestos nos bairros árabes.
Esta tensão cresce sem freio desde que em julho três ultradireitistas israelenses mataram um menor palestino como vingança pelo assassinato três semanas antes de três estudantes israelenses pelas mãos de ex-convictos islamitas perto de uma colônia judia na Cisjordânia ocupada.
A tensão disparou nas últimas três semanas com dois atropelamentos mortais propositais realizados por palestinos em Jerusalém Oriental -nos quais morreram quatro pessoas- e a tentativa de assassinato de um rabino ultranacionalista judeu, partidário da mudança do “status quo” na Esplanada das Mesquitas, que ficou gravemente ferido ao ser baleado por um pistoleiro palestino. EFE
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