Ministro alerta que resultado negativo sobre ebola só poderá ser dado amanhã
Brasília, 11 out (EFE). – O ministro da Saúde, Arthur Chioro, falou na manhã deste sábado sobre o resultado negativo do primeiro caso suspeito de ebola no Brasil e ressaltou que somente amanhã, com o segundo exame, será possível ter uma conclusão definitiva.
“Ter o primeiro resultado como negativo não pode desarticular as medidas de segurança. Somente se for confirmado no segundo isso poderá ser feito”, disse Chioro, destacando que, mesmo que o ebola seja descartado, o guineano Souleymane Bah continuará sendo acompanhado.
Ainda segundo o ministro, o homem de 47 anos está “estável e não apresentou mais nenhum sintoma”. Assim como a primeira, a segunda amostra de sangue será colhida e enviada ao Instituto Evandro Chagas, no Pará.
Chioro explicou que todas as medidas de segurança foram cumpridas pelas autoridades para isolamento do paciente, além da investigação de todas as pessoas que tiveram contatos com Bah, com o objetivo de interromper uma possível transmissão do vírus. Ao todo, foram mapeados 64 possíveis contactantes e “todos eles estão bem”. Com a confirmação do resultado negativo, o isolamento é suspenso, e são interrompidos os monitoramentos dessas pessoas.
O ministro destacou o bom trabalho realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no atendimento ao paciente, e disse que isso é fruto do preparo e dos simulados realizados pelos profissionais médicos. Ele também fez questão de frisar que o Brasil tem poucas chances de sofrer com um surto de ebola.
“Há um baixíssimo risco de transmissão no Brasil, mas isso em nenhum momento fez com que o SUS tivesse menosprezado a gravidade da situação do ebola. O Brasil continua sendo um país com poucas chances de transmissão da doença. Não será inevitável. É possível que apareçam outros casos suspeitos, mas continuamos trabalhando de forma efetiva”, declarou.
Souleymane Bah saiu de Guiné em dia 18 de setembro, com conexão no Marrocos, e entrou legalmente no Brasil como turista no dia seguinte. A suspeita foi notificada na última quinta-feira na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Brasília, em Cascavel, no Paraná.
O ministro relatou que ontem, no instituto, Bah contou que não teve contato com ninguém com ebola e não tinha febre quando saiu de seu país.
Chioro ainda condenou o preconceito que vem sendo manifestado nas redes sociais.
“É inaceitável que, em pleno século XXI, as pessoas tenham manifestações racistas. Achar que ebola tem alguma coisa a ver com a dimensão racial é inaceitável. É uma crise de valores que temos que repudiar veementemente”, sentenciou. EFE
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