Ministro conclama mutirão nacional contra mosquito, no combate de dupla epidemia

  • Por Jovem Pan
  • 27/11/2015 15h02
BRASILIA, DF, 20.11.2015 - DENGUE-ENTREVISTA- O ministro da Saúde, Marcelo Castro, durante divulgação de novos números da dengue, chikungunya e microcefalia, no Hotel San Marco, nesta terça-feira, 24.(Foto:Ed Ferreira / Brazil Photo Press/Folhapress) Ed Ferreira / Brazil Photo Press/Folhapress Ministro da Saúde Marcelo Castro em evento contra o mosquito do zika e da dengue em São Paulo

O Ministro da Saúde usará a força tarefa nacional de combate ao zika vírus para impedir uma nova epidemia de dengue em São Paulo. Ambas os vírus são transmitidos pelo mesmo vetor, o mosquito Aedes aegypti.

Em entrevista exclusiva à Jovem Pan durante uma rápida vista à capital paulista, Marcelo Castro garantiu que a mobilização programada para começar nesta 2a feira no nordeste será ampliada para frear o avanço dos números recordes de infectados no Estado.

“Nós temos que fazer esse mutirão nacional, envolvendo o Exército, os agentes de endemia, os agentes comunitários de saúde, as equipes de saúde, todo mundo, as famílias, as escolas, todos os meios de comunicação, para a gente detruir as larvas do mosquito”, convoca o ministro.

Castro lembra que o ciclo de reprodução do ministro é sazonal e o combate aos locais com água parada deve se intensificar de dezembro a janeiro. “Não podemos deixar nenhum lugar, em canto nenhum do país, que possa acumular água”, disse. “Devemos fazer o trabalho agora para destruir todos os criadouros potenciais para não deixar que ele venha com força nos períodos de fevereiro, março, abril e maio, que são os meses de maior infestação”.

Mais de meio milhão de pessoas foram infectadas pela dengue em São Paulo em 2015, mais que o triplo do que foi registrado no ano passado. No Brasil, 693 morreram por causa da doença.

Microcefalia

A mira principal do Governo, no entanto, é combater o mosquito Aedes aegypti, que transmite não só a dengue, mas a chicungunha, a febre amarela e o zika vírus que, até recentemente, era considerado um primo menos potente da dengue, segundo o ministro. Porém, testes revelam uma relação entre o vírus e o nascimento de crianças portadoras de microcefalia, um quadro em que bebês nascem com o cérebro menor do que o esperado.

Já foram confirmados 739 casos suspeitos da anomalia em recém-nascidos, especialmente no nordeste do país. Casos na capital e litoral de São Paulo também foram notificados, mas de grávidas que vieram do nordeste.

O zika vírus fez o país, pela primeira vez, declarar emergência internacional de saúde pública. Também porque e o surto é inédito no mundo.

“É uma epidemia da mais alta gravidade”, reconhece Castro. “O Ministério da Saúde, os governos estaduais e municipais têm que dar uma resposta a esse problema na mesma dimensão da gravidade dele”.

Apesar de tudo isso, o ministro da Saúde, Marcelo Castro está confiante no combate ao mosquito. “Nós sabemos o que fazer. O que precisamos é fazer”.

A capital paulista já registrou dois casos de microcefalia com suspeita de relação com o zika vírus, de gestantes vindas de Estados do Nordeste.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, uma das mulheres deu à luz na semana passada.

Com informações da repórter JP Carolina Ercolin

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