Ministro conclama mutirão nacional contra mosquito, no combate de dupla epidemia
O Ministro da Saúde usará a força tarefa nacional de combate ao zika vírus para impedir uma nova epidemia de dengue em São Paulo. Ambas os vírus são transmitidos pelo mesmo vetor, o mosquito Aedes aegypti.
Em entrevista exclusiva à Jovem Pan durante uma rápida vista à capital paulista, Marcelo Castro garantiu que a mobilização programada para começar nesta 2a feira no nordeste será ampliada para frear o avanço dos números recordes de infectados no Estado.
“Nós temos que fazer esse mutirão nacional, envolvendo o Exército, os agentes de endemia, os agentes comunitários de saúde, as equipes de saúde, todo mundo, as famílias, as escolas, todos os meios de comunicação, para a gente detruir as larvas do mosquito”, convoca o ministro.
Castro lembra que o ciclo de reprodução do ministro é sazonal e o combate aos locais com água parada deve se intensificar de dezembro a janeiro. “Não podemos deixar nenhum lugar, em canto nenhum do país, que possa acumular água”, disse. “Devemos fazer o trabalho agora para destruir todos os criadouros potenciais para não deixar que ele venha com força nos períodos de fevereiro, março, abril e maio, que são os meses de maior infestação”.
Mais de meio milhão de pessoas foram infectadas pela dengue em São Paulo em 2015, mais que o triplo do que foi registrado no ano passado. No Brasil, 693 morreram por causa da doença.
Microcefalia
A mira principal do Governo, no entanto, é combater o mosquito Aedes aegypti, que transmite não só a dengue, mas a chicungunha, a febre amarela e o zika vírus que, até recentemente, era considerado um primo menos potente da dengue, segundo o ministro. Porém, testes revelam uma relação entre o vírus e o nascimento de crianças portadoras de microcefalia, um quadro em que bebês nascem com o cérebro menor do que o esperado.
Já foram confirmados 739 casos suspeitos da anomalia em recém-nascidos, especialmente no nordeste do país. Casos na capital e litoral de São Paulo também foram notificados, mas de grávidas que vieram do nordeste.
O zika vírus fez o país, pela primeira vez, declarar emergência internacional de saúde pública. Também porque e o surto é inédito no mundo.
“É uma epidemia da mais alta gravidade”, reconhece Castro. “O Ministério da Saúde, os governos estaduais e municipais têm que dar uma resposta a esse problema na mesma dimensão da gravidade dele”.
Apesar de tudo isso, o ministro da Saúde, Marcelo Castro está confiante no combate ao mosquito. “Nós sabemos o que fazer. O que precisamos é fazer”.
A capital paulista já registrou dois casos de microcefalia com suspeita de relação com o zika vírus, de gestantes vindas de Estados do Nordeste.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, uma das mulheres deu à luz na semana passada.
Com informações da repórter JP Carolina Ercolin
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