Ministro da Justiça alemão diz que instrumentalizar atentado é repugnante

  • Por Agencia EFE
  • 08/01/2015 11h49

Berlim, 8 jan (EFE).- O titular de Justiça alemão, o social-democrata Heiko Maas, pediu prudência nesta quinta-feira após o atentado contra a revista satírica “Charlie Hebdo” e considerou “repugnante” que haja movimentos islamofóbicos que tentam “instrumentalizar” o ataque.

“Não deixaremos que os terroristas nos tirem a liberdade e o Estado de direito”, declarou o ministro. “Combateremos com precisão, mas também com prudência e sentido de proporcionalidade, a ameaça terrorista”.

Maas atacou a resposta de determinadas formações como o movimento islamofóbico “Patriotas Europeus contra a Islamização do Ocidente” (Pegida), os eurocéticos de Alternativa para a Alemanha (AfD) e o ultradireitista Partido Nacional Democrata Alemão (NPD) ao atentado.

“A maneira na qual Pegida, AfD e NPD tentam instrumentalizar o atentado para seus fins é repugnante”, criticou.

O vice-presidente da AfD, Alexander Gauland, tinha declarado que o atentado de Paris é uma justificativa para o movimento islamofóbico Pegida, e tinha advertido sobre a grande ameaça que entranha o islã.

Segundo Maas, os muçulmanos não devem estar sob uma suspeita generalizada.

“Não devemos permitir que nossa sociedade fique dividida e devemos deixar claro que o terrorismo não tem nada a ver com o Islã”, pois “não devemos permitir a luta entre culturas”, advertiu o ministro.

Representantes da Pegida, que a cada segunda-feira convoca manifestações em Dresden, a capital da Saxônia, e do grupo parlamentar do AfD na câmara regional desse Estado federado mantiveram ontem uma reunião de duas horas.

Segundo assinalou hoje a presidente do grupo eurocético saxão, Frauke Petry, apesar de coincidir em vários aspectos com Pegida -como por exemplo a política de imigração-, seu partido não procura a colaboração com o movimento islamofóbico, nem vice-versa.

Pegida não quer depender de nenhum partido e prefere continuar sendo um movimento popular, assinalou Petry em entrevista coletiva. EFE

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