Ministro das Finanças britânico diz que UE naufragará sem reformas
Londres, 15 jan (EFE).- O ministro das Finanças do Reino Unido, George Osborne, defendeu nesta quarta-feira uma profunda renovação da União Europeia (UE) para tornar o bloco mais competitivo e advertiu que só há duas opções para o futuro: “reforma ou declínio”.
Em discurso realizado para os centros de estudos Open Europe e Fresh Start Project, o ministro defendeu a urgência de reformar a UE para poder competir com gigantes asiáticos como a Índia ou a China: “o continente está ficando para trás”.
Osborne disse que os tratados sobre os quais se baseiam a União Europeia “ficaram obsoletos” e condenarão o bloco a futuras crises e à deterioração econômica.
“A União Europeia tem uma escolha simples: reforma ou declínio”, afirmou o ministro.
Para Osborne, reforma significa liberalizar a economia europeia, eliminar a burocracia que desacelera os negócios e reduzir ao máximo o Estado do bem-estar pois seu custo no continente representa 50% da despesa global.
“Como (a chanceler alemã) Angela Merkel assinalou, a Europa tem 7% da população mundial, 25% de sua economia e 50% da despesa global com o Estado do bem-estar”, disse o político.
Osborne afirmou que nos últimos seis anos, desde a explosão da crise creditícia global de 2008, “a economia europeia se estagnou” e os países emergentes tomaram a frente em crescimento e inovação.
Na sua opinião, a crise financeira evidenciou problemas de competitividade que a UE já tinha e “acelerou as mudanças das placas tectônicas econômicas para o leste e o sul do planeta”.
“É o status quo que condena os europeus a uma persistente crise econômica e contínuo declínio”, criticou.
Osborne reconheceu que a União Europeia tomou medidas para fortalecer sua estrutura, como fomentar a integração bancária da zona do euro para que a moeda “sobreviva”, mas advertiu que é preciso proteger também os interesses dos países que, como o Reino Unido, estão no mercado único mas não na eurozona.
“Acho que não interessa a ninguém que a Grã-Bretanha escolha entre se unir ao euro ou abandonar a UE”, disse o ministro, para quem deixar “uma União Europeia reformada” prejudicaria o Reino Unido e o bloco.
Em uma tentativa de acalmar as relações com os conservadores eurocéticos, Osborne declarou que “é hora de mudar a UE e mudar a relação do Reino Unido dentro dela, e depois colocar a decisão nas mãos do povo britânico: Queremos permanecer em uma Europa reformada ou preferimos ir embora?”.
O primeiro-ministro, David Cameron, comprometeu-se a realizar um plebiscito sobre a permanência do Reino Unido na UE em 2017 se ganhar as eleições de 2015. EFE
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