Ministro de Defesa colombiano descarta cessar-fogo bilateral
Bogotá, 23 set (EFE).- O ministro da Defesa colombiano, Luis Carlos Villegas, descartou um cessar-fogo bilateral e definitivo para complementar o esperado acordo de justiça transicional que será feito nesta quarta-feira em Havana com a presença do presidente Juan Manuel Santos, e do líder das Farc, Rodrigo Londoño, conhecido como “Timochenko”.
“O cessar-fogo bilateral exige muito horas mais de trabalho, foi muito adiantado na subcomissão, mas ainda há muitas conversas de logística, de espaços geográficos, de quantidades de cronologia”, afirmou Villegas em entrevista na “W Rádio”.
O ministro afirmou que esse ponto “está em curso, e será o próximo passo” a ser discutido nas negociações entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) que acontecem há quase três anos.
Desde agosto de 2014, uma subcomissão técnica liderada pelo general do exército, Javier Flórez, adianta os trabalhos em Havana para perfilar os detalhes de um cessar-fogo definitivo.
Villegas, que hoje se reunirá com as autoridades venezuelanas em Caracas para discutir a crise fronteiriça, assinalou que o acordo no capítulo de justiça transicional é “uma excelente notícia e um passo muito importante na negociação”.
“Se hoje encontramos uma saída ao tema da justiça como tinha pedido o presidente Santos em julho, eu acredito que estamos muito mais perto da paz do que teríamos imaginado”, apontou.
O titular da Defesa anotou que o acordo de justiça transicional engloba os membros da guerrilha e também os agentes do Estado envolvidos no conflito armado, que a Colômbia vive há mais de 50 anos, “apesar de que não vai haver um tratamento exatamente igual”.
No entanto, além de um acordo para decretar um cessar-fogo bilateral e definitivo, “falta concordar detalhes, aspectos como o ponto de concentração dos subversivos e aspectos legais como a entrega de armas, mas eu prevejo muito boas notícias”, acrescentou.
Santos e “Timochenko” estarão hoje na capital cubana onde devem dar os detalhes do acordo de justiça transicional, que segundo informações não-oficiais incluirá a criação de um tribunal especial e a possibilidade de os guerrilheiros cumprirem penas alternativas à prisão. EFE
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