Ministro diz que sequestro de jornalista venezuelana tem componente político
Caracas, 14 abr (EFE).- A jornalista venezuelana Nairóbi Pinto, libertada nesta segunda-feira após permanecer oito dias sequestrada, disse em entrevista coletiva que não foi agredida, enquanto o ministro do Interior, Miguel Rodríguez, afirmou que a motivação do crime pode ter sido política, ao contrário do que defendia inicialmente.
“Não quero dar muitos detalhes, me desculpem, mas isto é um tema de segurança e serão as autoridades as encarregadas de investigar”, disse a jornalista da cadeia “Globovisión”.
Nairóbi Pinto, sequestrada em sua casa em Caracas em 6 de abril por dois homens armados e encapuzados, afirmou que não sofreu maus-tratos, permaneceu maior parte do tempo com os olhos vendados e que seus sequestradores “nunca falaram” em sua presença.
A jornalista foi libertada hoje do cativeiro em Cúa, cidade no interior de Miranda. O ministro venezuelano do Interior, Miguel Rodríguez, afirmou que a libertação aconteceu em momentos em que se realiza na cidade uma “operação com cerca de três mil homens” contra o sequestro e outros delitos.
“Presumimos que a pressão policial desempenhou um papel importante” na libertação, afirmou o ministro, acrescentado que não serão fornecidas mais informações por enquanto pois uma “equipe especial trabalha para obter mais detalhes e encontrar os responsáveis”.
Sobre a motivação do sequestro, o ministro disse que não especularia mas “obviamente” se fez a pergunta de “quem ganharia com esta ação”.
Rodríguez afirmou que a jornalista “forneceu dados importantes” para a investigação e citou a possibilidade de um componente político em um delito que “normalmente tem um fim econômico”.
Segundo o ministro, o sequestro de Nairóbi Pinto “tem uma particularidade” de “impactar em três setores vitais da sociedade, mais ainda um momento em que estamos em processo de diálogo” do governo com a oposição para solucionar a crise no país.
“Ela é jornalista, e é preciso ver o que significa em matéria de segurança o sequestro de uma jornalista; em segundo lugar, é coordenadora do Pastoral Juvenil, o que carrega um impacto importante na Igreja Católica, e em terceiro lugar, é estudante (de Direito), o que impacta o setor estudantil”, explicou. EFE
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