Ministro do Peru abre oficialmente a COP 21 em Paris; Príncipe Charles diz que espécie humana pode não sobreviver

  • Por EFE
  • 30/11/2015 09h31
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EFE/Christophe Ena Presidentes da França e dos EUA

O ministro do Meio Ambiente do Peru, Manuel Pulgar Vidal, deu início nesta segunda-feira de forma oficial à 21ª Conferência das Partes (COP21) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), na qual os líderes mundiais buscarão em 11 dias um acordo para frear o aquecimento global para substituir o atual Protocolo de Kyoto de 1997.

Representantes de 195 países, mais a União Europeia, negociarão um acordo que a presidência da França pretende que seja “ambicioso” e de cumprimento obrigatório.

Pulgar Vidal, que presidiu a COP20, se mostrou convencido que os países chegarão a um acordo em Paris, antes de passar o bastão ao ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, que será responsável por presidir a COP21.

“Quero transmitir um sinal forte de esperança, de que podemos conseguir fazer frente às consequências da mudança climática por meio de um acordo”, indicou Pulgar Vidal.

Três semanas depois dos atentados de Paris, que provocaram a morte de 130 pessoas, o ministro peruano afirmou que o aquecimento global e o terrorismo são “as grandes ameaças do mundo atual”.

“Acredito que graças ao multilateralismo poderemos conseguir um acordo para o clima que bata de frente com ambos desafios”, indicou.

Pulgar destacou o trabalho realizado nos últimos meses, especialmente na reunião de Durban, na África do Sul, onde foi fixado o objetivo de conseguir um pacto para substituir o Protocolo de Kyoto após o fracasso da COP de Copenhague em 2009.

“Agora vamos buscar um acordo para a mudança climática. Se conseguirmos isso, teremos um paradigma de desenvolvimento para a próxima geração”, ressaltou.

O ministro peruano afirmou que em Durban a comunidade internacional concordou sobre a adoção de um acordo universal e juridicamente obrigatório neste ano, que mostrará ao mundo que os países podem combater a mudança climática. “Em Paris estão todos os governos do mundo e 180 deles já mostraram seus compromissos para lutar contra a mudança climática”, concluiu.

Fabius agradeceu o trabalho realizado pelo Peru na COP20 e garantiu que fará tudo o possível para avançar em Paris.

“Não podemos nos conformar com um acordo-base. Há menos de 11 dias para conseguirmos um pacto”, disse o chanceler francês, citando o tempo que será necessário para verificações jurídicas e para a tradução dos documentos para todas as línguas da ONU antes do encerramento da Cúpula do Clima.

O chanceler da França afirmou que o país ouvirá os pontos de vista de todos 195 países envolvidos nas negociações. Mas prometeu ser “ambicioso” porque o desafio é “importante demais para não ser enfrentado”.

A secretária-executiva da UNFCCC, Christiana Figueres, afirmou, por sua vez, que Paris “deve abrir uma via em direção ao futuro, com objetivos claros e com um acordo que responda às exigências da ciência”.

“Nunca antes uma responsabilidade tão grande tinha recaído em um grupo de pessoas tão pequeno. O mundo está nos olhando”, disse.

Príncipe Charles, da Inglaterra, com Christiana Figueres, secretária da UNFCC, na COP 21 em Paris (EFE/Christophe Ena)

“Nenhuma das ameaças do mundo atual é maior que a mudança climática, que ameaça nossa alimentação”, afirmou o príncipe Charles da Inglaterra, que tomou a palavra após Figueres.

O herdeiro da coroa britânica indicou que a humanidade “danificou o planeta” e advertiu que a Terra “pode sobreviver, mas não a espécie humana”.

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