Ministro israelense classifica presidente da Palestina de “megaterrorista”

  • Por Agencia EFE
  • 26/06/2014 10h30
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Jerusalém, 26 jun (EFE).- O ministro israelense de Economia, Naftalí Bennett, acusou nesta quinta-feira o presidente palestino, Mahmoud Abbas, de ser um “megaterrorista” por transferir fundos da Autoridade Nacional Palestina (ANP) aos palestinos em prisões israelenses.

“Uma pessoa que enche os bolsos de terroristas na prisão com dezenas de milhões de shekeis (moeda israelense) todo mês é um megaterrorista, que não mudou suas atitudes”, declarou Bennett, dirigente do partido ultradireitista pró-colono “Lar Judeu”, à rádio pública israelense.

O ministro condenou além disso as declarações feitas ontem pelo presidente eleito do Estado israelense, Reuven Rivlin, que defendeu a abertura de um canal de diálogo com a liderança palestina.

Rivlin considerou que a condenação que Abbas fez do suposto sequestro de três estudantes israelenses abriu uma “janela para o diálogo” e exortou à abertura de um canal de comunicação entre Jerusalém e Ramala.

Ontem, o presidente em fim de mandato, Shimon Peres, também defendeu ao líder palestino durante sua última visita à Casa Branca, onde se reuniu com o presidente americano, Barack Obama.

Quanto a isso, Bennett denunciou que o presidente da ANP deve ser medido por suas ações em lugar de por suas declarações.

As palavras do titular de Economia se produzem no meio de um debate no seio do gabinete sobre a operação de busca dos três estudantes desaparecidos em 12 de junho quando faziam carona na saída da escola em um cruzamento entre o bloco de colônias de Gush Etzion e a cidade palestina de Hebron.

Bennett, partidário de endurecer uma operação que supôs a detenção de centenas de palestinos e a morte de seis palestinos, quatro deles por disparos israelenses, propôs na quarta-feira bloquear a transferência de fundos de apoio da ANP aos presos palestinos.

O Ministério de Assuntos dos Prisioneiros da ANP destina verbas avaliadas em 20 milhões de shekeis ao mês (R$ 12,88 milhões) aos palestinos presos em prisões e centros de detenção israelenses.

As quantias variam entre 1.400 shekeis mensais (R$ 900) a um preso condenado a três anos, até os 12 mil shekels (R$ 7.700) aos que foram sentenciados a 30 anos de prisão.

Israel afirma que os fundos entregues por governos estrangeiros à ANP, com destino último a construção de instituições palestinas, são canalizados pelas autoridades palestinas para pagar essas verbas.

Por essa razão, vários países como o Reino Unido e Noruega mudaram os procedimentos seguidos até essas denúncias, a fim de garantir que as doações não sejam transferidas aos prisioneiros. EFE

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