Ministros da Otan iniciam reunião com debate sobre perspectivas de ampliação

  • Por Agencia EFE
  • 24/06/2014 16h41
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Bruxelas, 24 jun (EFE).- Os ministros das Relações Exteriores dos 28 países-membros da Otan abriram nesta terça-feira a reunião de dois dias, com um jantar de trabalho, na qual a ampliação da Aliança a outros países figurou como assunto de maior destaque.

A política de “portas abertas” da Otan a possíveis novos membros será um dos principais temas que os líderes da Aliança abordarão na cúpula que realizarão no País de Gales (Reino Unido) nos dias 4 e 5 de setembro. Ao longo do jantar, os ministros fizeram um balanço dos progressos dos quatro países que aspiram atualmente a se tornar parte da organização: a ex-soviética Geórgia e as antigas repúblicas iugoslavas da Macedônia, Montenegro e Bósnia-Herzegovina.

Fontes aliadas destacaram que não se descarta que alguma delegação se proponha a falar da situação no Iraque, onde continua o avanço das milícias jihadistas do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) e a ameaça para a população civil, especialmente depois que o secretário de Estado americano, John Kerry, visitou o país com o objetivo de contribuir para estabilizar a crise.

O embaixador americano perante a Otan, Douglas E. Lute, afirmou antes de começar a reunião que a instabilidade no Iraque e na Síria preocupa porque são crises que se desenvolvem perto do território da Aliança.

Os Estados Unidos já manifestaram que estão preparados para usar a força militar em ajuda do Executivo do Iraque, mas não enquanto exista um vazio de poder nesse país. Eles acreditam ser fundamental a formação de um novo governo que represente os interesses de todos os grupos étnicos e religiosos.

Na quarta-feira, os ministros começarão o segundo dia de reunião discutindo mais profundamente sobre os preparativos da cúpula de setembro, na qual um assunto destacado será o reforço das capacidades de defesa dos aliados.

O embaixador americano destacou que, apesar da crise econômica global, 15 dos 28 membros estão crescendo há três anos a um ritmo de 3% do PIB, o que deve abrir a porta para ampliar sua despesa em defesa e a garantir os 2% pedidos pela Otan como contribuição.

Os ministros também revisarão as medidas adotadas pela Otan com relação a crise russo-ucraniana, que acelerou os planos de reforço da segurança dos aliados do leste da Europa. A Aliança suspendeu toda a cooperação prática com a Rússia, mas manteve aberto o diálogo através de seus embaixadores, o que não permitiu acercar posições com relação à “agressão” de Moscou à Ucrânia, segundo fontes aliadas.

Eles afirmaram que o futuro da relação OTAN-Rússia será abordado pelos líderes na cúpula, embora tenham que esperar para conhecer o estado da situação para então.

Os EUA insistiram em que Rússia continua colaborando com as milícias pró-russas armadas do leste da Ucrânia e permitindo a passagem de armamento e combatentes através de sua fronteira.

Está prevista uma reunião da comissão OTAN-Ucrânia com o novo ministro das Relações Exteriores desse país, Pavlo Klimkin, a quem os aliados expressarão seu apoio ao plano de paz apresentado por Kiev para estabilizar o leste do país.

Os ministros explorarão também formas de reforçar o vínculo transatlântico e como estreitar a relação com seus parceiros globais, dando a eles assistência no reforço de suas capacidades de defesa e oferecendo cooperação prática e diálogo político aos parceiros mais ativos.

A reunião concluirá com uma sessão dos países participantes da Isaf – a missão de combate aliada no Afeganistão, que termina no final deste ano -, com a participação do vice-ministro das Relações Exteriores afegão, Ershad Ahmadi; do representante especial da ONU para esse país, Jan Kubis; e da chefe da diplomacia de a União Europeia, Catherine Ashton. EFE

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