Ministros da UE criticam lentidão da Grécia nas negociações sobre acordo
Riga, 24 abr (EFE).- Os ministros de Economia e Finanças da União Europeia se mostraram nesta sexta-feira incomodados pela falta de progressos nas negociações com a Grécia sobre uma lista completa de reformas econômicas, alertando o país para que acelere os trabalhos porque o tempo está acabando para Atenas.
O ministro de Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, disse que não acredita em “grandes avanços na questão grega” na reunião informal do Eurogrupo, criticando o governo do primeiro-ministro Alexis Tsipras ao afirmar que o “tempo não é infinito e é importante avançar”.
Quanto à possibilidade de um acordo ser acertado nas próximas semanas, Schäuble foi pessimista: “não interessa a ninguém ter expectativas que depois não serão cumpridas”.
As críticas quanto à lentidão grega foram reforçadas pelo comissário europeu de Assuntos Econômicos e Financeiros, Pierre Moscovici, que deixou claro que as negociações se movimentam em uma velocidade menor que a esperada pelo Eurogrupo.
“A mensagem de hoje é que realmente temos que acelerar. Sabemos que o tempo está acabando e ele é essencial. Temos que encontrar medidas definitivas para podermos tomar decisões”, acrescentou.
Apesar de praticamente todos os ministros destacarem que as conversas com Atenas melhoraram e tomam forma, eles também frisaram a necessidade de a Grécia promover reformas coerentes, que permitam não só cumprir com os compromissos, mas também retomar o crescimento econômico.
“Há um sentido de urgência e o tempo está acabando. Atenas tem que cumprir as medidas pedidas pelas instituições e que foram estipuladas no Eurogrupo do dia 20 de fevereiro”, exigiu Moscovici.
Outro que criticou o progresso nas negociações foi o vice-presidente da Comissão Europeia para o Euro e o Diálogo Social, Vladis Drombrovskis, que considerou o avanço insuficiente para chegar a um acordo no Eurogrupo de hoje.
“É importante que todas as partes cumpram seus compromissos, incluindo a Grécia. É ainda mais importante que a Grécia acelere o trabalho na lista (de reformas) e comece a implementar a condicionalidade do programa de assistência financeira”, disse.
Drombrovskis lamentou o “retorno da instabilidade financeira e a incerteza” sobre a economia grega justo quando o país estava voltando a crescer e gerar empregos, conseguindo também completar os objetivos orçamentários.
“Os fundamentos para a recuperação econômica estão aí. É necessária vontade política para encerrar rapidamente as negociações com os membros do euro e as instituições para voltar a crescer e superar essa nova crise”, concluiu. EFE
cai/lvl
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.