Ministros da zona do euro esperam pedido iminente da Grécia para 3º resgate

  • Por EFE
  • 07/07/2015 13h39
Manifestante exibe bandeira grega na entrada do Parlamento durante protesto pela manutenção da Grécia na zona do euro, em Atenas, nesta segunda-feira. 22/06/2015 REUTERS/Marko Djurica Reuters Manifestante exibe bandeira grega na entrada do Parlamento durante protesto pela manutenção da Grécia na zona do euro

O fórum de ministros de Economia e Finanças da zona do euro (Eurogrupo) terminou nesta terça-feira (07) sem a Grécia apresentar novas propostas para retomar as negociações com seus parceiros e credores, embora tenha se comprometido a solicitar de maneira iminente um terceiro resgate.

“Não houve propostas concretas hoje”, disse ao término do encontro o ministro das Finanças da Finlândia, Alexander Stubb, que acrescentou: “esperamos um pedido para um programa do Mecanismo Europeu de Estabilidade de maneira iminente, nas próximas horas ou amanhã”.

O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, afirmou por sua vez que espera que na manhã de quarta-feira o Eurogrupo possa realizar uma teleconferência para falar sobre o novo pedido formal da Grécia, assim que este país a apresente.

“O primeiro passo é que o governo grego mande ao Eurogrupo uma nova carta solicitando apoio, e tão logo ele chegue, esperamos que amanhã de manhã, teremos outra conferência telefônica do Eurogrupo”, disse Dijsselbloem.

“Não enviaram ainda novas propostas, mas disseram que remeterão bastante rápido uma nova carta pedindo apoio”, explicou.

Dijsselbloem indicou que assim que for recebida a solicitação grega, o Eurogrupo pedirá às instituições que avaliem a situação financeira na Grécia, suas necessidades de financiamento e a sustentabilidade de sua dívida.

“Depois teremos um novo Eurogrupo para decidir quando começaremos formalmente as negociações sobre um possível programa”, disse.

Dijsselbloem destacou também que a zona do euro “estipulou amplamente que se tiver que haver outro programa de apoio, terá que ser de médio prazo por razões de credibilidade”.

“Os problemas na Grécia são profundos e precisarão de nossa atenção por bastante tempo”, disse.

Dijsselbloem falou ainda sobre a “grande sensação de urgência” que existe, devido à “difícil situação da Grécia”, que no próximo dia 20 tem que quitar uma parcela de 3,5 bilhões de euros da dívida com o Banco Central Europeu (BCE).

“Tudo isso tem que ser feito em questão de dias, como sabem temos muito pouco tempo”, insistiu.

Perguntado se o BCE deve manter as linhas de liquidez de emergência aos bancos gregos, Dijsselbloem afirmou que a zona do euro “nunca dá fortes sinais políticos ao BCE porque é independente, portanto de forma independente avaliará a situação dia a dia e tomará suas decisões”.

“Não houve propostas (concretas), falaram de propostas gerais”, disse por sua vez o ministro da Economia da Espanha, Luis de Guindos.

A zona do euro esperava receber novas propostas de Atenas para analisá-las hoje, pois o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, afirmou à chanceler alemã, Angela Merkel, que apresentaria um novo documento na cúpula de chefes de Estado e do governo da zona do euro desta terça-feira.

Tsipras discursará amanhã no debate sobre a crise grega que será realizado no plenário da Eurocâmara em Estrasburgo, na França, para explicar aos eurodeputados sua posição nas negociações com as instituições credoras.

A reunião do Eurogrupo de hoje foi convocada após a vitória do “não”, com 61,3% dos votos, no referendo realizado no último domingo sobre a proposta dos credores para o pagamento da dívida grega.

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