Ministros do Mercosul querem avançar em políticas que melhorem a vida do povo
Buenos Aires, 12 dez (EFE).- Ministros e diretores do Mercosul concordaram nesta sexta-feira em Buenos Aires da necessidade de aprofundar as políticas iniciadas na última década destinadas, principalmente, a “melhorar a vida das pessoas”.
A reunião é uma espécie de prévia da 47ª cúpula que o organismo regional realizará na próxima quarta-feira na cidade argentina de Paraná, sem conflitos bilaterais à vista, embora com a preocupação de revitalizar a agenda comercial do bloco e resolver a adesão plena da Bolívia.
O ministro de Planejamento Federal da Argentina, Julio de Vido, afirmou que a região se transformou “em um fenomenal motor de desenvolvimento econômico e social”, e ressaltou que esse avanço “não foi só para os países, mas para quem vive neles, para o povo”.
“Nos anos 90 tivemos crescimento do Produto Bruto per capita, no entanto também crescia fortemente a pobreza”, indicou De Vido durante a reunião do Quarto Fórum Empresarial do Mercosul que aconteceu hoje na capital argentina.
No início do encontro o chanceler argentino, Héctor Timerman, afirmou que a “América latina demonstrou, em contraposição ao discurso ortodoxo, que pisa forte”.
Para isso, disse Timerman, a presença de um Estado ativo deixou claro que não significou ir contra o crescimento econômico nem das empresas privadas, mas da melhora na igualdade e no fortalecimento do mercado interno”.
O chanceler argentino assinalou também que “o mercado regional demonstrou ser uma plataforma para bens e serviços de valor agregado. Automóveis, maquinário, adubos e produtos farmacêuticos são os principais componentes do comércio dentro do bloco”.
Apesar disso, De Vido indicou que “falta muito e há muito para melhorar”, mas destacou que “o Mercosul é uma estrutura fundamental para a região, que deve brindar marcos de debate permanente para continuar crescendo”.
“Os resultados eleitorais no Uruguai e no Brasil mostram que as pessoas querem desenvolvimento com crescimento do Produto Interno Bruto, mas também com melhoria da qualidade de vida e a unidade da pátria latino-americana”, apontou o ministro.
De Vido ressaltou “a importância do trabalho conjunto para resolver questões que afetam em forma transversal à região”, e ressaltou que a criação da União de Nações Sul-americanas (Unasul) e depois da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) “permitiram garantir todas as conquistas obtidas”.
Também estiveram presentes os ministros de Indústria do Paraguai e Uruguai, que destacaram a importância de aprofundar o Mercosul.
O ministro da Indústria e Energia do Uruguai, Roberto Kreimerman, assinalou que “é preciso melhorar os processos produtivos, as certificações de qualidade, para que o valor agregado fique na região”.
E avaliou que “o papel do Estado é para o desenvolvimento que tem que se dar em nível nacional e regional, bases materiais para produzir essa melhora”.
“A aposta que estamos fazendo tem que ser muito forte”, disse Kreimerman, que especificou que “os países podem continuar a crescer e transformar esse avanço em desenvolvimento”.
Para o ministro da Indústria e Comércio do Paraguai, Gustavo Leite, “ampliar as fronteiras do Mercosul dará mais vantagens de comércio com o mundo, e ajudará o desenvolvimento econômico e a melhoria da qualidade de vida das pessoas da região”.
Por isso propôs que o avanço seja rumo “a uma maior integração com menor protecionismo, para construir juntos a Pátria Grande Sul-Americana”. EFE
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