Missão sueca visitará Equador para buscar acordo de cooperação

  • Por Agencia EFE
  • 15/09/2015 21h41

Quito, 15 set (EFE).- O chanceler equatoriano interino, Xavier Lasso, informou nesta terça-feira da visita ao país de uma missão sueca para avançar em um acordo de cooperação judicial para, entre outros fins, ajudar a desbloquear o caso do fundador do Wikileaks, Julian Assange, asilado na embaixada do Equador em Londres há mais de três anos.

O chanceler lembrou que em 7 de setembro representantes do Ministério das Relações Exteriores e da promotoria se reuniram com delegados da promotoria sueca na Suécia.

“Estamos esperando uma segunda reunião, agora aqui em Quito, com a promotoria sueca, para continuar a trabalhar nesse acordo de cooperação judicial porque nós temos que defender uma instituição muito preciosa, a do asilo político na América Latina”, disse.

Ele acrescentou que deve “esclarecer quais são as leis equatorianas, que é o que estamos defendendo no caso de (Julian) Assange, que não compete só a ele, mas às instituições jurídicas e figuras da legislação equatoriana”.

Lasso participou hoje de uma reunião do presidente Rafael Correa com a imprensa estrangeira.

Correa ressaltou que “se pode chegar a acordos com a Suécia, que não sejam só para o caso específico de Assange, mas gerais, na hora certa”.

Em agosto a Suécia expressou sua esperança de fechar “antes do final do ano” um acordo de assistência jurídica com o Equador para desbloquar a situação do fundador do Wikileaks, refugiado na embaixada equatoriana em Londres e objeto de uma investigação preliminar no país nórdico.

Se der certo, Assange poderia ser interrogado na embaixada no começo de 2016.

A Suécia recusou a possibilidade de assinar um acordo que impacte unicamente Assange e que reconheça a condição de asilado político concedida ao jornalista australiano pelo Equador em 2012 e, em seu lugar, apostou em assinar um acordo de assistência jurídica geral entre os dois países, o que não aconteceu até agora.

“Esperamos aplicá-lo depois em relação ao interrogatório de Assange, se a promotora mantiver seu pedido de fazê-lo na embaixada do Equador em Londres”, indicou Cecilia Riddselius, alta funcionária do Ministério da Justiça sueco.

O convênio entre os dois países incluiria por exemplo pôr em prática medidas como interrogatório de testemunhas, tratamento de provas e canais de comunicação.

O governo britânico se negou a conceder a Assange um salvo-conduto que o permitisse viajar para o Equador e insistiu que, se sair da delegação equatoriana, será detido.

Assange completou em 19 de junho três anos refugiado na embaixada equatoriana em Londres, para onde foi ao término de um longo processo legal no Reino Unido, que decidiu a favor de sua entrega à Suécia.

A intenção do jornalista, de 44 anos, é evitar ser extraditado ao país escandinavo, porque suspeita que poderia ser enviado depois aos Estados Unidos, onde teme enfrentar um julgamento militar por ter revelado segredos sobre a segurança american em seu site, o Wikileaks. EFE

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