Missouri vive nova noite de distúrbios por causa da morte de jovem negro
Washington, 12 ago (EFE).- A pequena cidade de Ferguson, no estado do Missouri (EUA), viveu esta segunda-feira uma nova noite de distúrbios e confrontos entre Polícia e manifestantes após a polêmica morte de um jovem afro-americano no sábado causada por um agente, em circunstâncias ainda a serem esclarecidas.
As concentrações pacíficas no local do fato tornaram-se violentas ao cair a noite, o que obrigou ao desdobramento de uma centena de agentes que usaram balas de borracha e gás lacrimogêneo, explicou o chefe de Polícia da cidade, Thomas Jackson, aos jornalistas.
A poucos metros de onde no sábado o jovem afro-americano Michael Brown morreu, nesta segunda-feira foram ouvidos de novo disparos e alguns manifestantes jogaram pedras contra os agentes. Outros se aproximaram dos policiais locais com as mãos para o alto e um grito: “Não atirem em nós”.
Segundo a Polícia do condado de San Luis, o jovem não estava armado, mas “atacou fisicamente” o agente no carro da Polícia e tentou tirar-lhe a arma sem sucesso.
A versão dos familiares e de algumas testemunhas é que Brown não exerceu violência contra o agente, mas se mostrou a ele com os braços para o alto antes de ser atingido.
A morte do jovem, que tinha 18 anos e ia começar a universidade, sacudiu uma cidade de 21 mil habitantes que na última década viu como a minoria afro-americana passou a representar dois terços dos moradores, enquanto os brancos são grande maioria entre os governantes e a Polícia.
Os distúrbios começaram na noite do domingo, quando uma vigília em homenagem a Brown se transformou em um protesto violento de centenas de pessoas na qual inclusive houve saques.
Em entrevista na televisão local, o amigo que acompanhava Brown na noite de sua morte, Dorian Johnson, explicou que o agente abriu fogo perante a negativa de Brown de se movimentar do meio da rua para a calçada e ressaltou que o jovem tinha as mãos sobre a cabeça.
A autópsia do jovem mostrou que ele recebeu vários tiros e agora o FBI e as autoridades locais averiguam o fato. EFE
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