Moradores de cidade paulista querem compensação por retirada de água de rio

  • Por Agência Brasil
  • 23/03/2015 16h59
BIE - Banco de Imagens Externas da Agência Senado. Com risco de escassez de água, parlamentares propõem combate ao desperdício. O Projeto de Lei do Senado (PLS) 112/2013 foi aprovado no primeiro semestre pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e aguarda deliberação da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA). Crédito: Jefferson Rudy/Agência Senado Pedro França/Agência Senado Água

Moradores de Juquitiba, cidade a 70 quilômetros da capital paulista, bloquearam por cerca de quatro horas a Rodovia Régis Bittencourt, que liga São Paulo à Curitiba. Eles protestaram contra a retirada de água do rio do município sem que haja uma compensação financeira. De acordo com a Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp), a obra é a construção do Sistema São Lourenço que vai gerar 6,4 metros cúbicos por segundo de água para a região metropolitana de São Paulo. A captação inicia em Juquitiba e a conclusão está prevista para 2017.

A manifestação contou com o apoio do prefeito da cidade, Francisco Melo Júnior (PPS), e de vereadores. Na avaliação do prefeito, a compensação é uma forma de corrigir injustiças com a região. “Essa água, nós sabemos, é um produto de mercado. [A água] é vendida e não vem um centavo de compensação para nós para melhorar a condição de vida dessas pessoas”, disse o prefeito. Ele acrescentou que enquanto o município transfere água para a região metropolitana de São Paulo, algumas localidades de Juquitiba estão ligadas à rede de abastecimento.

De acordo com a concessionária Autopista, o protesto começou por volta das 10h e as duas pistas foram completamente liberadas às 14h30. A manifestação provocou reflexos na rodovia, por volta das 16h, no sentido Curitiba, na altura do município de Miracatu. A concessionária estima que 200 pessoas participaram do ato. Para os organizadores, cerca de mil pessoas participaram da interdição da estrada.

O prefeito destacou que a cidade precisa de um plano de sustentabilidade, com o apoio de outras esferas de governo, para garantir a proteção ambiental da região. “A lei [ambiental] por si só não preserva. Ela acaba coibindo o desenvolvimento [pois impede, por exemplo, a instalação de indústrias]. Se não tiver recurso financeiro para dar uma condição de vida melhor às pessoas, a pobreza vai crescendo e ela também polui. Se não cuidarmos, daqui a cinco ou dez anos vamos ter essas águas degradadas, poluídas”, ressaltou.

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