Moradores de Katmandu começam a voltar às casas que resistiram ao terremoto
Moradores de Katmandu começaram a retornar às casas que não foram destruídas ou ficaram seriamente danificadas pelo terremoto que devastou o Nepal há uma semana.
Um morador do bairro de Kalanki que decidiu voltar para casa, Goma Sherestha, disse ao jornal local “Kantipur” que tomou a decisão porque é arriscado viver nas barracas porque muitas pessoas estariam adoecendo.
O coordenador das equipes médicas estrangeiras da Organização Mundial de Saúde (OMS) no Nepal, Ian Norton, afirmou hoje à Agência Efe que a maior preocupação no momento é o controle das doenças. Os profissionais estão atentos aos surtos de diarreia, pneumonia e outras patologias ligadas à falta de higiene e à chuva.
Para decidir retornar ou não às casas, o engenheiro civil Khagendra Bhurtel disse ao “Kantipur” que as pessoas estão seguras se não observarem danos estruturais nos imóveis. No entanto, pediu também que especialistas sejam consultados em caso de dúvidas.
A comerciante Praibiti Magar é uma das desabrigadas pelo terremoto que preferiu continuar vivendo em uma barraca. Em entrevista ao jornal nepalês, ela afirmou que há “fendas” no prédio “de barro e tijolo” onde ela aluga um quarto.
Outras pessoas tomaram outra decisão. Deixar a capital e voltar para suas aldeias.
“Muitas pessoas estão deixando o vale (de Katmandu) por iniciativa própria. O número aumenta dia após dia, pois eles querem ser úteis em suas aldeias e ficar perto de seus familiares”, afirmou o porta-voz do Ministério do Interior do Nepal, Laxmi Prasad Dhakal.
O governo elevou hoje para 6.621 o número de mortos após a tragédia, e o de feridos para 14.556. A expectativa é que a quantidade de vítimas aumente assim que as autoridades conseguirem chegar às regiões mais remotas do país.
Na manhã, um novo tremor de magnitude 5 na escala Richter no distrito de Lamjung, ao oeste de Katmandu, voltou a sacudir o país, de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos.
O Consórcio de Redução de Riscos no Nepal, uma entidade da qual fazem parte organismos da ONU, calcula que o terremoto obrigou 2,8 milhões de pessoas a deixarem suas casas, 10% da população total do país de 28 milhões de habitantes.
Segundo o órgão, o tremor destruiu totalmente 160 mil casas e deixou outras 143 mil parcialmente danificadas no país.
O terremoto foi o de maior magnitude no Nepal em 80 anos e o pior na região em uma década desde 2005, quando outro terremoto deixou mais de 84 mil mortos na Caxemira.
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