Moradores de rua tiram belas fotos de São Paulo e 13 são escolhidas para calendário

  • Por Agência Brasil
  • 12/12/2015 11h57
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Rudnei Barbosa/ Divulgação Sec. Mun. de Direitos Humanos e Cidadania de SP Foto de pés de morador de rua de SP

Com máquinas fotográficas nas mãos e a sensibilidade de quem conhece bem as vielas paulistanas, 100 moradores de rua passaram dois dias captando imagens da cidade. Eles fazem parte do projeto Minha Grande São Paulo – O Olhar da Cidade, da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo. As 20 melhores fotos foram expostas e 13, escolhidas para compor o Calendário Minha São Paulo, que será lançado neste sábado (12), como parte da programação do Festival de Direitos Humanos. Veja no álbum acima, divulgado pela Secretaria em sua página no Facebook.

O coordenador adjunto de Política de Pessoas em Situação de Rua, Rafael Alves da Silva, conta que os moradores de rua selecionados frequentam núcleos de convivência e oficinas de atividades artísticas e que cada um recebeu uma máquina com 27 poses. Na devolução das máquinas, eles receberam entre R$ 10 e R$ 100 por foto pré-selecionada. No total, foram captadas 2.360 imagens. Parte do dinheiro da venda será destinada aos fotógrafos e outra, a um fundo a ser criado com o objetivo de financiar projetos de arte e cultura para a população em situação de rua.

O projeto ocorre no âmbito da rede With One Voice – que age na inclusão de moradores de rua em vários países –, em parceria com as organizações não governamentais inglesas People’s Palace Projects e Streetwise Opera, o British Council e Calouste Gulbenkian Foundation.

O projeto foi desenvolvido em Vancouver, no Canadá, e em Londres, na Inglaterra. “Um dado interessante é que nesses dois lugares a média de devolução de câmaras era de 80; em São Paulo, foram devolvidas 92 câmaras”, destacou o coordenador.

Um dos vencedores foi Cristiano Vicente. Ele tirou três fotos. “[Fiquei] com as mãos balançando, um pouco de nervosismo, mas no final o resultado foi melhor do que esperava”, conta na página da secretaria no Facebook.

Para Rafael Alves, o projeto de fotografia é uma maneira de garantir principalmente o acesso à informação. “É uma forma de fazer com que eles consigam mostrar para a sociedade que são capazes de ter uma visão crítica também do local onde moram, porque são sujeitos que vivem o preconceito ao longo de cada dia, são pessoas praticamente invisíveis.”

Rafael Alves ressalta que o objetivo é elaborar um plano municipal de política para a população de rua que inclua o eixo de arte e cultura.

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