Moradores do Santa Marta aproveitam Copa para pedir investimentos

  • Por Agencia EFE
  • 26/06/2014 21h48
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Rio de Janeiro, 26 jun (EFE).- Vários moradores da primeira favela pacificada do país, a do Santa Marta, no bairro de Botafogo, Rio de Janeiro, pediram nesta quinta-feira mais investimentos e que o governo olhe “mais pelos interesses dos moradores do que pelos dos turistas”, disseram.

Um deles, Vitor Lira, que hoje esteve à frente de uma visita guiada a jornalistas, organizada pelo Comitê Popular da Copa e Olimpíadas, assegurou que “foi instaurado um modelo de negócio no Santa Marta, que não interessa aos moradores”.

Segundo Vitor, os investimentos são para atrair os turistas e à empresa privada, e não para melhorar a vida dos moradores.

Vitor lamentou que o estado do Rio de Janeiro não se preocupe com o lado social, e olhe apenas para a segurança, e acrescentou que, para ele, a chamada pacificação “não tem nada de bom”.

“Estão construindo estádios à custa dos orçamentos para políticas sociais, educação, saúde e cultura”, criticou.

O ativista de 33 anos, que em seu discurso critica duramente à administração da cidade, admitiu que foi “ameaçado de morte por defender os direitos dos moradores do Santa Marta”.

Vitor afirmou não saber exatamente de onde vêm as ameaças, embora assegure que “é fácil de imaginar” e disse que inclusive não pode indicar aos jornalistas onde ele vive exatamente “por motivos de segurança”.

Sobre a organização da Copa, Vitor assegurou que “os grandes eventos não chegam às favelas, porque um morador não pode comprar uma entrada para assistir a uma partida no Maracanã”.

“A Copa serve somente para promover as grandes marcas e as grandes estrelas do futebol, mas não traz nada bom para o povo, porque se trouxesse não seriam organizadas as manifestações que estamos vendo nas ruas nesses dias”, concluiu. EFE

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