Morales diz qu confia em tribunal da ONU que decidirá disputa com Chile

  • Por Agencia EFE
  • 15/04/2014 15h04
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Haia, 15 abr (EFE).- O presidente da Bolívia, Evo Morales, demonstrou nesta terça-feira “confiança” na Corte Internacional de Justiça (CIJ) para que seu país recupere sua “saída soberana ao mar”, o que considerou um direito “irrenunciável”.

“A Bolívia tem muita confiança e esperança na CIJ para que se faça justiça com os bolivianos”, disse Morales em entrevista coletiva na sede da embaixada de seu país em Haia (Holanda).

Morales apresentou hoje o histórico da Bolívia sobre o caso diante da CIJ. Na disputa contra o Chile, iniciada em 2013, a Bolívia pede ao alto tribunal da ONU que reconheça seu direito a ter uma saída soberana ao mar e se pronuncie sobre a obrigação de Santiago de negociar “de boa fé” um acesso ao oceano Pacífico.

O presidente argumentou que a decisão de recorrer à CIJ é uma demonstração de que a “Bolívia é um país pacifista”, e argumentou que “é preciso ajustar esta conta histórica e pendente para que exista paz e justiça na América Latina e no Caribe”.

“O mar que pedimos por justiça é o mar para os povos, não para pequenos grupos; o mar é para a pátria grande, o mar é irrenunciável”, afirmou Morales à imprensa antes de destacar o “sonho” que seria para a Bolívia que um navio saísse do país “por exemplo para Roterdã (Holanda), em homenagem ao país onde a corte tem sede”.

“Temos argumentos e razões e só queremos que se faça justiça com o povo boliviano, pela paz e a integração do continente da América”, declarou o líder, que iniciou seu discurso expressando “solidariedade” com o Chile e as vítimas de catástrofes naturais como o recente terremoto ocorrido no país e o incêndio de Valparaíso.

Bolívia perdeu sua saída ao mar em 1879, durante a guerra do Pacífico, na qual enfrentou e Chile e que custou 400 quilômetros de costa e 120 mil quilômetros quadrados de seu território.

Os dois países não conseguiram até o momento resolver suas diferenças pela via diplomática, por isso a Bolívia recorreu ao alto tribunal da ONU, que já solucionou questões fronteiriças entre vários países latino-americanos, entre eles Chile e Peru e Colômbia e Nicarágua.

Morales se mostrou com “confiança em retomar o diálogo” com o Chile, especialmente agora que Michelle Bachelet voltou ao poder.

No entanto, reconheceu que neste momento a governante tem temas prioritários, como dar uma resposta às catástrofes naturais que o país sofreu.

Em 2006, Morales e Bachelet estabeleceram uma inédita agenda de diálogo de treze pontos, que incluiu pela primeira vez a reivindicação marítima, mas não se chegou a um acordo. EFE

mr/dk

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